AMÉRICA/MÉXICO - O Bispo de Saltillo denuncia a morte dos mineradores: basta com essa “escravidão moderna”

Sexta, 6 Maio 2011

Cidade do México (Agência Fides) – O Bispo de Saltillo, Dom Raúl Vera López, alertou para o fato de que até quando o governo federal não proibir os chamados "pozos di carbon" (poços de carvão), para a extração do carvão, e não obrigar as sociedades mineradoras a um maior rigor nas normas de segurança, os operários continuarão a morrer por causa dos problemas no trabalho, como aconteceu terça-feira passada, com a explosão ocorrida no poço número 3 da empresa Beneficios Internacionales del Norte (Binsa).

O Bispo convidou as autoridades, em especial os secretários do Trabalho e da Previdência Social e da Economia, a pararem de ignorar os fatos e deterem definitivamente esta situação de “escravidão moderna" sofrida pelos mineradores. Além disso, pediu ao Ministério da Economia que não conceda mais as permissões para atuar nessas condições, porque, disse, “os poços ilegais se tornam túmulos tolerados”. Em entrevista concedida a um jornal local (La Jornada), Dom Vera Lopez disse que é um erro afirmar que se tolera a atividade dos poços porque são fontes de trabalho, quando, na realidade, “são fontes de exploração e de morte”.

O Bispo também criticou as declarações que um responsável concedeu a várias emissoras radiofônicas sobre a impossibilidade de controlar completamente o território devido à falta de um número suficiente de inspetores e à dificuldade de identificar as minas. “É mais uma desculpa”, disse o Bispo. “Como é possível dizer que não se sabe onde estão os poços, quando são visíveis a olho nu. Talvez Lozano (encarregado da região) na sua vida nunca esteve numa área de mineração.” Por fim, Dom Vera afirmou que se as autoridades tivessem realmente a vontade de agir contra quem contrata os mineradores, com pouquíssimos inspetores “poderia se fechar tudo”, acrescentando que muitas coisas não querem ser vistas, porque estão cobertas pela “corrupção”, que na região de Pasta de Conchos tirou a vida de 65 mineradores e soterrou 63 trabalhadores. (CE) (Agência Fides, 06/05/2011).


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