ÁSIA/CORÉIA DO SUL - As restrições de vistos para missionários cristãos que querem ir ao exterior

Quinta, 17 Fevereiro 2011

Seul (Agência Fides) - O governo da Coreia do Sul impôs restrições à concessão de vistos para missionários cristãos coreanos que planejam viajar para o exterior, especialmente nos países do Oriente Médio e Ásia Central, de maioria muçulmana. Como referem as fontes locais à Agência Fides, a medida criou ressentimento na comunidade cristã, especialmente nos grupos protestantes cristãs que promovem um movimento missionário de longo alcance: estima-se que a cada ano cerca de 1.000 missionários leigos cristãos de diferentes denominações, de viajam para o exterior para a evangelização, muitas vezes inserindo-os em grupos de pesquisa, atividade cultural e cooperação ao desenvolvimento.
Segundo o Governo sul-coreano, a medida serve para proteger a imagem da nação e a segurança da comunidade coreana na diáspora, que é uma das maiores do mundo: são mais de 5 milhões de coreanos residentes no exterior, espalhados nos cinco continentes. Atividades de "proselitismo muito agressivo", mesmo nos países islâmicos, onde é proibido, podem criar preconceitos e hostilidades contra toda a comunidade de imigrantes coreanos.
O governo recordou alguns episódios: nos dias passado o Uzbequistão expulsou do país um pregador cristão coreano, que realizava atividade missionária sem autorização. O mesmo aconteceu, o ano passado, com outros sete cristãos coreanos. A Coreia recebeu uma queixa oficial por parte do Governo do Uzbequistão. Em 2009, um pastor coreano foi expulso do Marrocos, enquanto outros missionários entraram na Mauritânia e no Paquistão. Em 2007, os talibãs seqüestraram 23 voluntários cristãos coreanos no Afeganistão, e dois deles foram mortos. Em 2004, um missionário coreano foi morto no Iraque por um grupo terrorista islâmico. O Ministério das Relações Exteriores de Seul justificou as novas medidas com o receio de futuros sequestros ou assassinatos de civis coreanos e explicando a necessidade de trabalhar para garantir a proteção e segurança aos cidadãos coreanos expatriados. Os grupos de missionários cristãos na Coréia do Sul criticaram esta medida falando de "indevido desejo de controle das atividades missionárias". (PA) (Agência Fides 17/2/2011)


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