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Bangui (Agência Fides) - Existem 1,8 milhões de eleitores que no domingo, 23 de janeiro, vão votar nas eleições presidenciais e legislativas na República Centro-Africana. "A situação na capital, Bangui, é calma. A nossa esperança é que a votação ocorra em paz", afirmam as fontes da Igreja local à Agência Fides. "Nem todo o país pode votar, porque algumas áreas no leste e nordeste estão nas mãos de diferentes grupos de insurgentes". "Esses grupos - explicam as fontes de Fides - são muito heterogêneos. Além disso, pelo menos, três organizações centro-africanas, existem grupos de guerrilha originários do Chade e do Sudão, particularmente de Darfur, que se foram para o território de Darfur para fugir dos exércitos de seus respectivos países ". O Presidente centro-africano cessante, François Bozizé, é o favorito. Os outros principais são: Ange-Félix Patassé, ex-chefe de Estado, deposto por Bozizé, em 2003; o ex-primeiro-ministro Martin Ziguélé; Jean-Jacques Demafouth, ex-ministro da Defesa e líder do Armée Populaire pour la Restauration de la Démocratie (APRD), uma das principais guerrilhas que assinou os acordos de paz. "Os bispos pediram aos eleitores para votar, frisando que se trata de seu direito e dever" – dizem "as fontes de Fides. "Esperamos que as eleições ajudem a consolidar a paz no país, condição indispensável para melhorar as condições de vida da população", concluem as nossas fontes. A República Centro-Africana tem uma área de 622.984 km2. O país, sem acesso ao mar, faz fronteira com o Chade, Sudão, República Democrática do Congo, República do Congo e Camarões. Os habitantes são 4,4 milhões dos quais cerca de 350 mil refugiados no exterior. A história recente do país é caracterizada por uma instabilidade recorrente, com inúmeros golpes de Estado e queda de regime. Desde 2005, o país passou por um processo de progressiva pacificação e gradual retomada da democracia. Naquele ano se realizaram as primeiras eleições desde 1998, vencidas por Bozizé. No plano econômico a República Centro-Africana, com uma renda média per capita de US$ 454, é um dos países mais pobres do mundo, apesar de ter diferentes recursos naturais: café, algodão, tabaco, madeira, ouro, diamantes e urânio. (L.M.) (Agência Fides 22/1/2011)
