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Bogotá (Agência Fides) – “A criminalidade organizada, em cumplicidade com as autoridades da imigração e da segurança no México, semearam um clima de perseguição, dor e morte nos migrantes da América Central”. Esta é a denúncia do padre Pedro Pantoja Arreola, consultor do projeto “Fronteira com Justiça no México”. O sacerdote, que é também responsável de uma casa situada a 400 km da fronteira entre México e Estados Unidos, disse que cerca de 200 imigrantes da América Central procuram refúgio cotidianamente na “Belen Posada del Migrante” de Saltillo, capital do estado de Coahuila. A migração forçada da América Central é um “calvário cruel” – diz, acrescentando que este calvário começa com a entrada pelo Chiapas (no sul), que é o confim com a Guatemala, no estado de Tabasco, até o confim norte, onde os migrantes são submetidos à extorsão, sequestro ou morte. Padre Pantoja afirmou também que a migração da América Central vive hoje “seu pior momento”. Em 2009 registraram-se cerca de 18 mil sequestros de migrantes, o que gerou um lucro de 25 milhões de dólares à criminalidade organizada. Referindo-se à tragédia de 72 imigrantes (veja Fides 27/08/2010), o sacerdote disse que se tratou de “uma das muitas atrocidades” que ocorrem nesta área. Estas afirmações foram feitas no âmbito do Encontro Continental Latino-americano de Pastoral para os Migrantes, realizado em Bogotá de 17 a 20 de novembro. No México, justamente ontem, em preparação para a festa de Cristo Rei, Dom Enrique Díaz Díaz, Bispo Auxiliar de San Cristóbal, recordou as palavras de Dom Alberto Suárez na Catedral de Morelia diante de 18 michoacanos torturados e assassinados, abandonados em uma fossa comum uma semana atrás. “O que vemos hoje é resultado de anos de abandono, do fracasso de todos os aspectos da política e da instrução; e tudo isso não surgiu espontaneamente; é resultado de anos de destruição do tecido social por causa da perda de valores... como se Deus na existisse”. (CE) (Agência Fides 20/11/2010)
