ÁFRICA/BURUNDI - “Tímidos sinais de esperança graças às pressões da China e do Quênia por um diálogo inclusivo”

Quinta, 19 Novembro 2015 grupos armados  

Bujumbura (Agência Fides) - Parece que a calma voltou a Bujumbura depois dos combates de ontem em vários bairros da capital do Burundi (veja Fides 18/11/2015). É o que referem à Agência Fides fontes locais, que expressam a esperança de uma guinada nas negociações. “Pela primeira vez, a China, junto ao Quênia e a Angola, também falou da necessidade de um diálogo inclusivo, que inclua todos os atores da crise burundinesa, inclusive a oposição armada que tinha sido até então excluída do diálogo empreendido pelo Presidente Pierre Nkurunziza”, dizem as nossas fontes. “A isso, se une o fato que um dos opositores que tinha se unido ao governo de Nkurunziza, Aghaton Rwasa, expressou a sua preocupação pelos assassinatos e as violências que sacodem o país.”
“Porém, não faltam dúvidas quanto ao êxito de um verdadeiro diálogo inclusivo”, continuam as fontes de Fides, que fazem notar que o partido no poder, Conseil National pour la Défense de la Démocratie-Forces de Défense de la Démocratie (CNDD-FDD), convocou “a semana do combatente”. “Essas celebrações correm o risco de alimentar o ódio porque são celebrados somente os ex-guerrilheiros do CNDD-FDD, que de opositores tomaram o poder com as eleições de 2005, depois de aderirem, em 2003, aos acordos de paz assinados pelas outras partes em 2000 em Arusha, na Tanzânia”.
Enquanto o partido no poder celebra o “seu dia do combatente”, a Igreja Católica convocou uma Novena pela paz e a reconciliação no Burundi. “Não se quer somente pedir a intercessão de Maria pela paz no país, mas se quer também uma consciência sobre o respeito da dignidade humana e da justiça”, concluem as fontes. (L.M.) (Agência Fides 19/11/2015)


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