ÁSIA/IRAQUE - Iniciada a modificação da lei sobre a islamização de menores

Bagdá (Agência Fides) – O Parlamento iraquiano votou hoje uma resolução que prevê a modificação da lei sobre a islamização de menores, texto jurídico, fortemente refutado pelas minorias religiosas iraquianas, que de fato obrigava a passagem automática para a religião islâmica dos menores quando um dos pais era convertido ao Islã. A resolução recebeu o apoio de 140 dos 206 parlamentares. A votação representa uma inversão total de marcha em relação as orientações manifestadas pela própria assembleia representativa em 27 de outubro, quando o próprio Parlamento rejeitou com maioria a proposta de modificação da lei feita pelos representantes cristãos, mas apoiada pelos parlamentares de vários partidos. Nessa proposta, se pedia para acrescentar ao parágrafo relativo aos menores da lei controversa uma frase, com o objetivo de afirmar que no caso de conversão ao Islã de um dos pais os menores permaneciam na religião originária de pertença até os dezoito anos, para depois escolher a religião em plena liberdade de consciência (veja Fides 28/11/2015).
Um papel decisivo na virada teve o Presidente do Parlamento iraquiano, Salim al-Juburi, que recebeu os pedidos contra a lei expressos com veemência pelos membros das comunidades iraquianas não muçulmanas, começando pela Igreja caldeia. Al-Jouburi, em seu pronunciamento, reiterou a intenção da presidência do Parlamento de modificar a lei, para garantir aos membros das comunidades iraquianas não muçulmanas os direitos de igualdade plena entre os cidadãos que são tutelados pela Constituição.
Na terça-feira passada, 10 de novembro, em Bagdá, uma manifestação de protesto contra os conteúdos discriminatórios presentes na lei foi convocada pelo Patriarca caldeu Louis Raphael I, na igreja caldeia de São Jorge e contou com a participação maciça de cristãos e membros de outras comunidades religiosas iraquianas não muçulmanas. (GV) (Agência Fides 17/11/2015).

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