ÁSIA/IRAQUE - O Patriarca caldeu convoca uma manifestação de protesto contra a lei sobre a islamização dos menores

Segunda, 9 Novembro 2015

Bagdá (Agência Fides) – Realizar-se-á amanhã, 10 de novembro, no largo diante da Igreja caldeia de São Jorge, a manifestação convocada pelo Patriarca caldeu Louis Raphael I para protestar contra a lei que impõe a passagem automática à religião islâmica de menores se um de seus pais se converter ao islamismo. A mobilização, além de contar com a presença de cristãos de diversas confissões, terá a participação de militantes de várias facções políticas, representantes de organizações da sociedade civil e grupos de membros das comunidades religiosas dos yazidi, mandeus e sabeus. Em declaração divulgada por canais oficiais do Patriarcado caldei, o Patriarca Louis Raphael I reitera que a lei sobre a islamização dos menores representa um ‘vulnus’ para a unidade entre as diferentes componentes do povo iraquiano. No pronunciamento, recebido pela Agência Fides, o Primaz da Igreja caldeia observa que tal disposição jurídica viola os artigos da Constituição iraquiana que protegem os cidadãos de qualquer discriminação e contradiz também os ensinamentos do Alcorão, que proclama que não pode haver constrições na religião. O Patriarca faz um apelo também ao Presidente iraquiano Fuad Masum, para que a lei seja alterada no Parlamento e emendados os trechos que a tornam discriminatória. Caso contrário – adverte o Patriarca caldeu – já está pronto um recurso aos tribunais e jurisdições internacionais de tutela dos direitos humanos. Em 27 de outubro passado (veja Fides 28/10/2015), o Parlamento iraquiano rejeitou a proposta de modificação da lei apresentada pelos representantes cristãos, mas apoiada pelos parlamentares pertencentes a partidos diferentes. Em tal proposta, se pedia para acrescentar no parágrafo relativo aos menores uma frase, com o objetivo de afirmar que no caso de conversão ao Islã de um dos país os menores permaneçam na religião originária de pertença até os dezoito anos, para depois escolher com plena liberdade de consciência a religião que deseja. (GV) (Agência Fides 9/11/2015).


Compartilhar: