ÁSIA/PAQUISTÃO - Os Bispos: “Não” à discriminação do Estado contra as minorias religiosas

Sexta, 25 Setembro 2015 minorias religiosas  

Lahore (Agência Fides) – Inverter a tendência sobre a discriminação dos não-muçulmanos nos locais de trabalhos públicos: é o que pede a “Comissão Nacional Justiça e Paz”, dentro da Conferência Episcopal do Paquistão que, numa nota enviada à Fides, convida o primeiro-ministro do Punjab a “rever as políticas de emprego, a fim de evitar a discriminação baseada na fé em todos os níveis e garantir a todos os cidadãos oportunidades iguais de trabalho”.
A Comissão assinala que “no Paquistão, um país onde 97% da população é muçulmana, os não-muçulmanos do Paquistão contribuíram de várias maneiras para o país em áreas como educação, saúde, defesa, direitos humanos e outras áreas de desenvolvimento”. Hoje, prossegue o texto, “jovens provenientes de comunidades não-muçulmanas estão prontos para competir no setor de emprego público para trabalhos altamente qualificados”.
O comunicado da Comissão chega depois de que o “Departamento para os serviços e administração do Punjab” notificou que, de acordo com a legislação em vigor, aos não-muçulmanos é reservada uma quota de 5% do emprego no setor público para garantir a equidade.
“Infelizmente - observa a Comissão – toda vez que um setor de emprego público apresenta os lugares reservados, o faz somente para trabalhos braçais”.
Um exemplo é o anúncio sobre concurso espalhado em 16 setembro de 2015 pelo Punjab Institute of Cardiology, que reserva aos trabalhadores não-muçulmanos apenas postos de trabalho para os profissionais de saúde de baixo nível que são responsáveis pela limpeza.
A Comissão recorda que “o governo do Paquistão concordou em cumprir os objetivos das Metas de Desenvolvimento do Milênio em que afirma que cada indivíduo será dotado de trabalho sem nenhuma desigualdade” e, portanto, o país tem de “superar toda discriminação religiosa, porque os não-musulmanos são privados de oportunidades iguais de trabalho”.
Alguns advogados cristãos decidiram contestar em tribunal o concurso anunciado pelo Punjab Institute of Cardiology. (PA) (Agência Fides 25/9/2015)


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