Órgão de Informação das Pontifícias Obras Missionárias desde 1927
San Isidro (Agência Fides) – Durante a sua visita a Cuba, o Papa Francisco elogiou expressamente o trabalho desenvolvido pelas chamadas “casas de missão”, que na ausência de igrejas e sacerdotes, funcionam como locais de oração, de catequese e de encontro para os católicos (veja Fides 22/09/2015). Na província cubana de Holguín, onde esteve o Papa, são vários os missionários argentinos engajados na animação das casas de missão. Um deles é padre Adrian Santarelli, que foi em missão a Holguín 20 anos atrás e segunda-feira, 21 de setembro, junto a outros sacerdotes da Diocese de San Isidro (Argentina), concelebrou a Missa com o Papa Francisco.
"Queria ir à África, mas o Bispo de San Isidro daquele tempo, Dom Jorge Casaretto, encontrou o Bispo de Holguín, que lhe pediu sacerdotes – contou ao jornal argentino La Nacion padre Santarelli -. Era o ano de 1990, e Holguín era uma diocese que tinha cerca de dois milhões de pessoas e somente 11 sacerdotes. Diante desta realidade, Dom Casaretto me pediu para ir a Cuba para abrir uma missão permanente; e assim foi em 1995, junto a outros três sacerdotes, fomos a Cuba".
"O Bispo nos confiou a paróquia de São José com uma advertência: ‘aqui não há nada, façam o que puderem’. Assim se abriram as ‘casas de missão’ nos bairros da periferia. Às vezes, recebemos a visita do Comitê de Defesa da Revolução, que nos advertia que não podíamos fazer reuniões religiosas. Algumas vezes, respondi aos encarregados do Comitê: ‘Por que nos deram o visto se não podemos trabalhar com os pobres?’ mas depois não faziam nada".
Padre Santarelli destaca na entrevista que a Igreja Católica jamais rompeu os elos com o governo cubano, tentando encontrar sempre um ponto de encontro para poder conviver.
(CE) (Agência Fides, 23/09/2015)
