ÁSIA/PAQUISTÃO - O Instituto Jinnha: vida difícil para as minorias religiosas

Sábado, 30 Maio 2015

Islamabad (Agência Fides) – No Paquistão, o espaço e a liberdade para as minorias étnicas e religiosas e para as comunidades marginalizadas estão se restringindo continuamente e os que defendem os direitos humanos se tornam alvos: é o que afirmam os participantes da conferência intitulada “Minorias religiosas e a liberdade de expressão no Paquistão”, organizada nos dias passados pelo Instituto Jinnah, prestigioso centro de estudos com sede em Karachi, intitulado ao fundador da pátria Ali Jinnah. A conferência reuniu ativistas e representantes das minorias, ativistas da sociedade civil, para discutir sobre a questão das minorias religiosas no Paquistão.
Antes de tudo, os presentes notaram uma carência no sistema de comunicação e de informação: os próprios jornalistas, de fato, são ameaçados e não podem escrever livremente sobre esses problemas.
Durante a conferência, recordou-se que homens políticos, ativistas, acadêmicos, professores, agentes de polícia, homens de negócios e outros foram atingidos pela violência, e mortos. Entre eles, foram mencionados os casos de Saleem Shahzad, Salmaan Taseer, Rashid Rehman, Sabeen Mahmud e muitos outros.
Isso acontece porque a sociedade se radicalizou excessivamente: “A glorificação de um único sistema de crenças, o islâmico, em detrimento de todos os outros prejudicou a nossa sociedade. Ninguém hoje admite que as nossas leis são discriminatórias. O dissenso e a modernização foram constantemente demonizados”, disseram os presentes.
O político Ramesh Kumar Vankwani, participando da conferência, admitiu que a liderança política não mostrou muito interesse em resolver os problemas das minorias, e recordou que a Constituição garante os direitos fundamentais. A católica Romana Bashir observou que depois do ataque contra as igrejas de Youhanabad em Lahore, os meios de comunicação deram mais espaço ao episódio successivo, o linchamento de dois muçulmanos, mais do que os atentados camicase. Nas raízes desse comportamento, a difusão do ódio que foi cultivado tanto nas escolas quanto nas mesquitas. (PA) (Agência Fides 30/5/2015)


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