ÁSIA/TURQUIA - O Patriarcado armênio de Constantinopla também comemorará as vítimas do Genocídio

Quinta, 16 Abril 2015

Istambul (Agência Fides) – O Patriarcado armênio de Constantinopla, com sede em Istambul, também comemorará o centésimo aniversário dos massacres sistemáticos cometidos contra o povo armênio, iniciados em 24 de abril de 1915 com o rastreamento e o assassinato de centenas de intelectuais da comunidade armênia que residiam na metrópole às margens do Bósforo. Uma missa, presidida pelo Vigário patriarcal Aram Ateshian, será celebrada na Igreja da Sede patriarcal para recordar as vítimas do extermínio, que na ocasião serão comemoradas como santas. A imprensa turca salienta que o celebrante não utilizará a definição de Genocídio para recordar os sofrimentos vividos por “todas as partes” nos trágicos acontecimentos de cem anos atrás. Enquanto isso, o jornalista e escritor turco de origem armênia Etyen Mahcupyan, atual primeiro conselheiro do Premiê turco Ahmet Davutoglu, reconheceu que os massacres de armênios perpetrados em Anatólia em 1915 sob a ideologia dos Jovens Turcos podem ser legitimamente definidos como genocídio. “Se o que aconteceu na Bósnia e na África foi reconhecido como genocídio – declarou Mahcupyan numa entrevista para um site online – é impossível não chamar genocídio também o que aconteceu com os armênios em 1915”, acrescentando que o uso deste termo para o povo armênio reveste um significado “mais psicológico que político”.
O Primeiro-Ministro Davutoglu, do qual também Mahcupyan é conselheiro, afirmou que com a sua citação do genocídio armênio, o Papa se aliou com a “frente do mal” hostil à Turquia. Enquanto o Presidente Recep Tayyip Erdogan, em declarações publicadas pela mídia turca, disse que a Turquia “se comporta generosamente” não expulsando os 100 mil armênios imigrados que trabalham no país sem ser cidadãos turcos, mesmo “podendo fazê-lo”. (GV) (Agência Fides 16/4/2015).


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