ÁFRICA/RD CONGO - “Os massacres em Butembo são um crime contra a humanidade”, denunciam as ordens religiosas da área

Sexta, 10 Abril 2015

Kinshasa (Agência Fides) - “Os massacres na região de Mbau, na diocese de Butembo-Beni, são claramente crimes contra a humanidade”, afirma a mensagem escrita pelos membros dos Conselhos gerais de diversas Ordens e Congregações religiosas presentes na diocese de Butembo-Beni, no leste da República Democrática do Congo, aonde há tempos alguns grupos armados perpetram violências contra a população civil.
Justamente daquela área, desde outubro de 2012, estão desaparecidos 3 padres assuncionistas (Agostinianos da Assunção) de nacionalidade congolesa: Jean-Pierre Ndulani, Anselme Wasikundi e Edmond Bamutute. Os três desapareceram na noite de 19 de outubro de 2012 de sua paróquia de Notre-Dame des Pauvres de Mbau, a 22 km de Beni (veja Fides 22/10/2012).
“Os massacres, aos quais reagimos com força, aconteceram entre outubro de 2014 e março de 2015. Nossas informações indicam que cidadãos inermes e desarmados foram sequestrados e assassinados nas aldeias no território de Beni. Em ataques noturnos de homens armados, muitas pessoas foram sequestradas e mortas”, afirma a mensagem.
“Os massacres são horríveis: algumas pessoas foram degoladas; crianças tiveram braços amputados, mulheres foram violentadas e famílias massacradas. As vítimas foram brutalmente mortas com machados, facas e foices. Mais de 400 pessoas foram massacradas com esta ferocidade”.
As consequências destas violências na população são: penúria alimentar, disfunção ou interrupção de serviços médicos, êxodo das populações e migrações”.
“É inadmissível que a instabilidade na RDC e assassinatos deste tipo se repitam e que o país continue imerso nesta espiral de violência”, afirmam os religiosos, que denunciam também “a destruição do ecossistema desta região, que possui a segunda floresta virgem do mundo, depois da Amazônia”.
Os missionários concluem dirigindo um apelo às instituições da ONU e à comunidade internacional “para que se esforcem e intervenham a favor da estabilidade da RDC, assim que o ‘gigante adormecido’ possa despertar e contribuir para o próprio crescimento e o desenvolvimento dos povos não apenas da região, mas do subcontinente e de toda a África”. (L.M.) (Agência Fides 10/4/2015)


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