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Nova Délhi (Agência Fides) – O Ministro do Interior indiano, Rajnath Singh, ordenou hoje aa abertura de um inquérito policial em Délhi para indagar sobre os ataques às igrejas católicas ocorridos nos últimos dois meses (veja Fides 2/2/2015), a partir da profanação da Igreja de Santa Afonsa, no sul da capital, Délhi.
Como apurado pela Agência Fides, a decisão foi comunicada pelo Ministro a um grupo de líderes cristãos recebidos depois da manifestação organizada pelos cristãos ontem, 5 de fevereiro, em Délhi, contra o imobilismo do governo. Durante o protesto na rua, totalmente pacífico, a polícia impediu os manifestantes de caminhar até a sede do Ministério, pois “não estavam autorizados”. Mulheres, homens e sacerdotes que pediam proteção para as comunidades cristãs foram detidos, empurrados e obrigados a entrar em ônibus. A delegação recebida pelo Ministro incluía líderes como pe. Sebastian Susai, Vigário geral da Arquidiocese de Délhi, e John Dayal, membro da Comissão nacional para as minorias; outros advogados e representantes católicos. Como informado à Fides, o Ministro Rajnath Singh rechaçou as acusações de “cumplicidade e indiferença da polícia”, reiterando que “o governo não discrimina com base em religião, casta ou comunidades”. Os delegados disseram ter “perdido a confiança na polícia”, visto que “os crimes de ódio e profanação de lugares sagrados estão ainda impunes”. O último incidente que abalou a comunidade foi a profanação da Eucaristia, por parte de desconhecidos que invadiram a Igreja de Sant’Afonsa. Nada foi roubado e assim, segundo o pároco, “foi um gesto que visava exclusivamente ferir os sentimentos da comunidade”.
A delegação entregou ao Primeiro-Ministro um Memorando que conta detalhadamente os cinco ataques às igrejas católicas e revela os dados da onda de violência sobre cristãos no último ano. “Também em outras partes do país, a violência contra cristãos prossegue, com uma feroz campanha de ódio, com a cumplicidade da polícia e a impunidade garantida por parte do Estado”, afirma o texto do Memorando, enviado à Fides. “Grande parte das violências aconteceu depois que o novo governo, liderado pelo Primeiro-Ministro Narendra Modi, subiu ao poder em maio de 2014. A violência alcançou um ápice entre agosto e outubro, com 56 casos, e prosseguiu em 2015”. O documento recorda que “a Constituição Indiana é o livro sagrado da democracia. É uma estrela polar para a transformação socioeconômica de uma Índia que celebrou o pluralismo, a tolerância e a harmonia”. Pede-se ao governo que tome medidas urgentes de tutela para colocar fim à violência intercomunitária e “uma equipe investigativa especial” para indagar sobre os cinco ataques de Délhi. (PA) (Agência Fides 6/2/2015)
