ÁSIA/JORDÂNIA - Os refugiados sírios aguardam o Papa Francisco. O diretor da Caritas Jordânia: esperam que o mundo se lembre deles

Quarta, 21 Maio 2014

Amã (Agência Fides) - Uma refugiada síria muçulmana proveniente de Homs e um refugiado cristão iraquiano contarão suas histórias cheias de sofrimento e fadiga ao Papa Francisco, no encontro que o Bispo de Roma terá com os refugiados, doentes e deficientes em Betânia, além do Jordão, durante sua iminente peregrinação à Terra Santa. Foi o que disse à Agência Fides Wael Suleiman, diretor da Caritas Jordânia. O encontro com o Papa Francisco se realizará na igreja - ainda não terminada nem consagrada - que está no local do Batismo, lugar onde, segundo a tradição, Jesus foi para ser batizado por João Batista. Dentre os mais de quatrocentos presentes, estarão os refugiados sírios e iraquianos - tanto cristãos quanto muçulmanos. Hospedados no Reino Hachemita serão pelo menos cinquenta e oferecerão como presente ao Pontífice algumas obras de artesanato confeccionadas por alguns deles.
“Os refugiados sírios e iraquianos”, explica Suleiman, “estão aguardando cheios de esperança e ansiedade a visita do Papa: entre os iraquianos, alguns vivem em condição de refugiado há mais de vinte anos. Todos esperam que o mundo se lembre deles e mude realmente alguma coisa, no incerto horizonte de suas vidas feridas. Eu vivi isso alguns dias atrás, quando o Cardeal Oscar Andrés Rodriguez Maradiaga visitou o nosso país como Presidente da Caritas Internationalis, e celebrou a missa em Amã. Estavam presentes mais de 700 famílias de refugiados cristãos provenientes da Síria e todos manifestaram de forma comovente a sua espera pela chegada do Papa”.
No encontro com o Papa Francisco no local do Batismo, além dos refugiados, também participarão mais de 350 deficientes e doentes provenientes de mais de vinte hospitais e centros de saúde da Jordânia. Dentre eles, também estarão algumas crianças que sofrem de doenças oncológicas.
Centenas de voluntários da Caritas Jordânia estão envolvidos na organização dos eventos que pontuam a breve mas intensa visita papal ao território jordaniano. Em Betânia, além do Jordão, distribuirão jantar a todos os presentes, depois do encontro com o Papa.
“Agora, entre os refugiados sírios” – ressalta Suleiman – “os cristãos são, certamente, mais de 20 mil. Um número pequeno em comparação com a massa de um milhão e 300 mil refugiados que fugiram do conflito sírio que segundo dados do Governo de Amã estão hospedados na Jordânia. Mas se pode esperar que dificilmente os cristãos expatriados voltem para Síria no final da guerra. Isto significa que, em algumas cidades, como Homs e Aleppo, muitos bairros cristãos permanecerão sem seus habitantes de um tempo”. (GV) (Agência Fides 21/5/2014)


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