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Tanger (Agência Fides) - “O arame farpado com lâminas nas cercas de Ceuta e Melilla é um ataque à integridade física dos migrantes: as lâminas cortam, ferem, mutilam e contrastam com o dever de todos nós de respeitar os direitos de homens, mulheres e crianças africanas em seu caminho rumo aos países da Europa”, denuncia Dom Santiago Agrelo Martinez, Bispo de Tanger, em uma carta enviada ao Ministro do Interior da Espanha, Jorge Fernández, por ocasião do Dia Mundial dos Direitos Humanos, celebrado ontem, 10 de dezembro.
Em novembro, o governo espanhol decidiu reintroduzir o arame farpado com lâminas na barreira que divide Marrocos dos enclaves espanhóis de Ceuta e Melilla, eliminados em 2007 em função dos cortes que causavam nas mãos e pernas dos migrantes que tentavam pular o duplo muro de ferro da fronteira. Depois de protestos de organizações não-governamentais espanholas e internacionais, foram substituídas por uma terceira barreira de metal.
“É evidente – escreve o Bispo - que os governos devem garantir a segurança adequada aos cidadãos no território da nação. Mas a sua legitimidade desaparece quando são utilizados meios que privam os outros de direitos fundamentais como saúde, bem-estar, alimentação, vestuário, moradia, cuidados médicos e serviços sociais”.
“As lâminas causam somente dor e morte”, conclui Dom Agrelo Martinez, pedindo a destruição das redes de arame farpado com lâminas. (L.M.) (Agência Fides 11/12/2013)
