ÁSIA/PAQUISTÃO - Salvar Rimsha e outras vítimas da blasfêmia

Islamabad (Agência Fides) – Existem centenas de adesões à campanha "Salvemos Rimsha Masih," a garota cristã acusada de blasfêmia, pela qual se espera para 30 de agosto, o pronunciamento de um Tribunal de Islamabad (veja Fides 28/8/2012). As adesões à campanha, lançada pela Associação Paquistaneses Cristãos na Itália, "continuam chegando da Europa, América Latina, Ásia e África" disse à Fides o prof. Mobeen Shahid, presidente da Associação. A campanha, enfatiza, "pretende salvar a vida de uma criança inocente, mas é também uma oportunidade para refletir sobre a situação das minorias religiosas no Paquistão e tentar deter as ações de grupos fanáticos".
Às vésperas da audiência no Tribunal, vários expoentes paquistaneses contatados pela Fides se dizem “confiantes e otimistas”. O advogado católico Khalil Tahir Sindhu, de Faisalabad (em Punjab), que em sua carreira defendeu e obteve a absolvição de vítimas de blasfêmia, comenta à Fides: “Acho a história de Rimsha muito estranha e repleta de fatos inexplicáveis. A experiência me diz que nestes casos, há sempre uma grave injustiça: a lei sobre a blasfêmia é defendida como uma espada, para atingir inocentes. Os casos são quase sempre inventados, creio que o de Rimsha seja um destes. Dentre outras coisas, neste caso, em que se trata de uma menor e deficiente mental, a polícia não tinha algum poder para prendê-la; e o fez por ter sofrido pressões. Cometeu-se um abuso evidente. As minorias cristãs se sentem totalmente inseguras no Paquistão”.
Segundo dados fornecidos à Fides pela Ong "Human Rights Commission of Pakistan", em 2011 foram incriminadas 161 pessoas, e 9 foram mortas em execuções extrajudiciais, vítimas da controversa da lei sobre a blasfêmia, composta pelos artigos 295b e 295c do Código Penal. Tais acusações, disse um advogado muçulmano que não revela a identidade por razões de segurança, “são falsas em 95% dos casos”. (PA) (Agência Fides 29/8/2012)