ÁSIA/SÍRIA - Uma irmã de Damasco: "Rezamos para que tudo termine, não confiamos na revolução"

Sábado, 21 Julho 2012

Damasco (Agência Fides) - Os refugiados continuam batendo na porta do Santuário de Tabbaleh, dedicado à Conversão de São Paulo, em Damasco. Os frades franciscanos da Custódia da Terra Santa e as Irmãs Franciscanas Missionárias do Coração Imaculado de Maria, que administram a Igreja, acolheram oito famílias e garantem o sustento a mais de 45 famílias cristãs e muçulmanas. Eles são os refugiados de Damasco, as vítimas civis dos confrontos entre as forças do exército regular e grupos revolucionários que nos últimos dias abalaram a cidade.
"Caminhamos na esperança e consolamos todos, nesta hora trágica", disse à Fides Pe. Romualdo Fernandez OFM, Reitor do Santuário, informando uma multidão de pessoas que vêm todos os dias para rezar na Igreja, e se formam círculos espontâneos de cristãos e muçulmanos que rezam juntos pela paz e pedem a proteção de Deus e da Virgem Maria.
Suo Yola, uma das religiosas franciscanas que a cada dia ajuda as famílias de refugiados, disse à Fides: "Estamos fazendo nosso melhor para ajudar as famílias deslocadas. As pessoas choram e esperam por tempos melhores. O custo de vida é muito alto, não se encontram remédios, o impacto do embargo que sofremos caiu todo sobre a população civil e sobre os mais pobres. Esperamos e rezamos para que esse sofrimento termine em breve. Não temos confiança nos "revolucionários". Quais são os revolucionários que prejudicam o povo? Eles prejudicaram todos, cristãos e muçulmanos, muitas famílias que perderam tudo".
"Nessas ações armadas e neste sofrimento – prossegue a religiosa – a religião nada tem a ver. Com os muçulmanos sempre vivemos lado a lado e continuaremos a fazê-lo. O governo sírio até agora foi secular, garantiu segurança e estabilidade para a Síria. Hoje temos apenas desordem, insegurança, caos e sofrimento. E o que vai acontecer amanhã? Mas sabemos, como cristãos, que Deus nos protege e a nossa esperança está viva. E como cristãos, temos uma certeza: nunca abandonaremos a Síria". (PA) (Agência Fides 21/7/2012)


Compartilhar: