ÁFRICA/RD CONGO - "A integridade do território nacional não é negociável", afirmam os bispos

Kinshasa (Agência Fides) - "Não à balcanização do Congo. Não à divisão do país", afirmam os Bispos da República Democrática do Congo numa mensagem divulgada no final de sua Assembleia Plenária, realizada em Kinshasa de 2 a 6 de julho.
Trata-se de uma referência explícita à situação dos dois Kivus, no leste do país, onde o M23, movimento rebelde formado por soldados desertores e apoiados por Ruanda, como afirma um relatório da ONU (veja Fides 27/6/2012) , está semeando morte e destruição, forçando as pessoas a fugir. Segundo a agência de notícias IRIN, ligada à ONU, no campo de acolhimento de Nyakaband, em Uganda, foram registrados na semana passada 16.270 refugiados congoleses.
Fontes locais também afirmam que as tropas congolesas e da ONU estão se dirigindo para Goma, capital de Kivu Norte, que está diretamente ameaçada pelas forças do M23.
Diante de mais uma tentativa de dividir a RDC que, como afirmam os missionários da Rede Paz para o Congo, pretende tomar posse de seus recursos naturais, os bispos congoleses denunciam a "ocupação ilegal de nosso território", e reafirmam a unidade do país segundo as fronteiras estabelecidas em 1960, ano da independência nacional. "A integridade do território nacional não é negociável", afirmam os bispos. Os prelados convidam os responsáveis políticos e cidadãos congoleses a um "compromisso patriótico para não ser cúmplices deste macabro plano de desintegração e ocupação territorial do nosso país".
A Conferência Episcopal Congolesa (CENCO) se dirige a todos os congoleses que vivem no país e no exterior para que se mobilizem a fim de bloquear o plano de divisão do país. Para esse fim, a CENCO pretende promover "ações simultâneas em todas as paróquias da RDC e nas comunidades congolesas no exterior, para expressar nossa rejeição categórica a este plano e implorar a graça da paz". (L.M.) (Agência Fides 10/7/2012)