ÁSIA/SÍRIA - Convívio e solidariedade: a Síria que rejeita a guerra

Quinta, 5 Julho 2012

Damasco (Agência Fides) – Uma grande parte da sociedade síria rejeita a guerra civil que está devastando e paralisando o país. Homens e mulheres de boa vontade, de toda etnia e religião, rechaçam o sectarismo e a lógica perversa de um conflito que obrigou mais de dois milhões de sírios a abandonar suas cidades e aldeias e a buscar refúgio em regiões mais tranquilas.
Fontes locais da Fides lembram nesta fase de violência o extraordinário espírito de ajuda recíproco entre as várias comunidades que compõem o mosaico da sociedade síria. Famílias cristãs, desalojadas de suas casas devido à violência, foram acolhidas por famílias muçulmanas; famílias muçulmanas se refugiaram em casas de alawitas; famílias alawitas e muçulmanas foram hospedadas por cristãos. Valores como solidariedade e hospitalidade se tornam mais fortes do que a violência e o ódio. No âmbito da sociedade síria nasceram iniciativas espontâneas de solidariedade pelas vítimas do conflito. Na província de Damasco, residências particulares de famílias ricas foram imediatamente disponibilizadas parta os desabrigados. Mesquitas, igrejas e salas de comunidades abriram suas portas. Comitês populares compostos por voluntários estão trabalhando duramente para servir os desalojados. Barreiras como as existentes entre "governo e oposição", frequentemente enfatizadas pela mídia estrangeira, caíram. Em algumas áreas, comitês populares da Meia Lua Crescente síria, fiéis ao Estado, trabalham com os voluntários dos comitês de coordenação da revolução, sem alguma distinção de religião, comunidade ou pertença política. As ajudas recolhidas por associações muçulmanas são distribuídas aos cristãos e as ajudas coletadas pelas associações cristãs são distribuídas aos muçulmanos. A dor e o sofrimento unem a Síria e a restituem à sua estrutura social originária: baseada num pacto social que transcende a configuração política.
Existem, naturalmente, algumas exceções. Por exemplo, na cidade de Nebek, onde bandos armados combatem sem controle, os desabrigados de Homs foram declarados “pessoas não gratas” e afastados. Como notam fontes da Fides, algumas facções armadas e organizações criminosas estão aproveitando e tirando vantagem do caos: bens e propriedades privadas têm sido saqueados. Todas as comunidades, cristãos, muçulmanos, drusos e alawitas lamentam a violência, a destruição, a insegurança e a instabilidade e pedem um esforço comum pela paz. (PA) (Agência Fides 5/7/2012)


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