ÁSIA/SÍRIA - "Reconciliação!": em Homs, a sociedade civil síria em campo por uma solução não-violenta

Terça, 12 Junho 2012

Homs (Agência Fides) – Intitula-se "Mussalaha", que significa "Reconciliação", e é uma extraordinária iniciativa popular não-violenta surgida na sociedade civil de Homs, cidade que sofre pelo conflito entre exército regular e forças da oposição. É a demonstração, além da esperança, de uma ‘terceira via’, uma alternativa ao conflito armado, assim como uma alternativa a uma possível intervenção militar do exterior, invocada pelo Conselho Nacional Sírio, que coordena a oposição síria.
É uma iniciativa que, como noticiado à Fides, “preenche o vazio criado pelo rumor das armas: não pactua com nenhuma das partes em luta, nasce espontaneamente de baixo, da sociedade civil, de todos os cidadãos, parlamentares, notáveis, sacerdotes, membros de todas as comunidades étnicas e religiosas que estão cansadas da guerra”. Dentre os promotores e maiores defensores da iniciativa estão os cristãos de Homs, de todas as confissões. Dentre os que mais se expuseram diretamente estão dois padres greco-católicos, pe. Michelle e pe. Abdallah, o sacerdote sírio-católico pe. Iyad, o maronita pe. Alaa, e o sírio-ortodoxo pe. Khazal. Eles depositaram na causa todas as suas energias, persuadindo amplas faixas populacionais sobre o fato que “nesta situação de paralisação, uma medida é necessária: chegou a hora da reconciliação”.
A iniciativa tomou forma com a organização de dois encontros, nos últimos dias em Homs, com uma extraordinária participação popular, nos quais estavam membros de todas as comunidades que compõem a sociedade síria: alawitas, sunitas, drusos, cristãos, xiitas e árabes. Estes encontros já tiveram um resultado extraordinário e impensável: foi formalizada por declarações comuns, abraços e compromissos solenes, a reconciliação entre grupos, famílias e comunidades alawitas e sunitas – protagonistas principais do conflito – que se dispuseram publicamente a “construir uma Síria reconciliada e pacífica”, em nome do respeito recíproco. Enquanto Homs está ainda no centro do conflito, a sociedade civil redescobre termos como “diálogo e reconciliação”, até agora esquecidos, para dizer “não a uma guerra confessional na Síria”, lançando um premente apelo a todos os líderes e a todas as partes em luta para que restituam “paz e segurança ao país e à população”. Mussalaha prossegue e prevê outros encontros públicos nos próximos dias, com a esperança de "contagiar" rapidamente todas as cidades sírias. (PA) (Agência Fides 12/6/2012)


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