ÁSIA/PAQUISTÃO - Do Serviço Secreto ameaças contra Asma Jahangir: a solidariedade da Igreja e da sociedade civil

Quarta, 6 Junho 2012

Islamabad (Agência Fides) - Asma Jahangir, advogada de renome e líder na proteção dos direitos humanos no Paquistão, está em perigo: sua vida está ameaçada por setores do estabelecimento paquistanês e por fortes Serviços Secretos (ISI), como denunciado por ela mesma. A sociedade civil e a Igreja no Paquistão levantaram vozes de indignação e grandes manifestações de solidariedade em favor de Jahangir. Os bispos do Paquistão, através da "Comissão Justiça e Paz", expressaram "total solidariedade e apoio a uma pessoa com quem cooperam estreitamente", comentou numa entrevista à Agência Fides, Peter Jacob, secretário executivo da Comissão. Jacob lembra e partilha "o compromisso de Jahangir pela liberdade de expressão, legalidade, em favor das minorias religiosas, a democracia e o Estado de direito no Paquistão".
Asma Jahangir é fundadora e ex-presidente da ONG "Human Rights Commission of Pakistan" (HRCP), ex-presidente da Ordem dos Advogados no Supremo Tribunal do Paquistão, representante no Conselho das Nações Unidas para os Direitos Humanos. A ONG HRCP manifestou "grande preocupação" e fez um apelo à comunidade internacional, precisamente enquanto se encontra no Paquistão Catherine Ashton, Alto Representante da Política Externa da União Europeia. O advogado católico Naeem Shakir declarou à Fides "a condenação de qualquer forma de ameaça, violência e opressão, afirmando que somente os setores desviados do estado podem fazer mal a uma pessoa engajada em particular pelo respeito dos direitos humanos no Baluchistão".
As ameaças contra Jahangir são causadas sobretudo pelo seu recente compromisso na espinhosa questão do Baluchistão, que agita o país. Na conturbada província no oeste do Paquistão continua a situação de grave ilegalidade, impunidade e abusos cometidos pelos "Frontier Corps", forças armadas especiais da área, abalada por uma rebelião de grupos locais que dura há anos. Jahangir denunciou o fenômeno de sequestros, desaparecimentos e execuções extrajudiciais de ativistas balúchis, manobradas pelos serviços secretos e militares de "Frontier Corps", que, segundo alguns comentaristas, "vivem como ditadores".
Segundo dados oficiais, as pessoas desaparecidas são mais de 2 mil, os atos terroristas registrados nos últimos anos são 550, enquanto mais de 100 mil pessoas fugiram da província por causa da insegurança e desordem. Depois de fortes pressões, o Governo paquistanês criou nos dias passados uma comissão especial composta de altos funcionários da polícia e da magistratura para resolver a questão do Baluchistão. (PA) (Agência Fides 6/6/2012)


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