ÁFRICA/CONGO RD - O Presidente da Conferência Episcopal pede regras rigorosas sobre o controle dos “minerais de guerra"

Sábado, 19 Maio 2012

Kinshasa (Agência Fides)- "Promover regras firmes sobre a transparência das companhias minerárias que atuam no meu país." Este é o apelo lançado por Dom Nicolas Djomo Lola, Bispo de Tshumbe e Presidente da Conferência Episcopal da República Democrática do Congo, diante do Congresso dos Estados Unidos. Dom Djomo Lola testemunhou diante da subcomissão sobre serviços financeiros da Câmera sobre política monetária internacional e do comércio. A Conferência dos Bispos Católicos dos Estados Unidos (USCCB) financiou a participação de Dom Djomo Lola, no âmbito da discussão parlamentar sobre os custos e as consequências da lei 111-203, cujo artigo 1502 introduz normas para impedir a comercialização dos minerais que financiam os grupos armados congoleses (veja Fides 4/8/2010). A norma estabelece que as empresas norte-americanas que estão registradas junto à SEC (autoridade de controle da Bolsa americana) deverão declarar se utilizam minérios presentes nas zonas de conflito da RDC ou num país vizinho. Neste caso, deverão enviar à SEC um relatório sobre os procedimentos por eles aplicados para estabelecer a origem e o percurso desses minerais. As sessões do congresso têm como finalidade estabelecer a validez das normas aplicativas da lei, propostas pela SEC. "Falo não como um homem de negócios ou um especialista financeiro, mas como líder religioso que está profundamente turbado pela terrível violência e o sofrimento que dominou a vida no Congo oriental desde 1996," afirmou Dom Djomo Lola. "Esta violência destruiu famílias, vilarejos e comunidades. Uma das principais motivações da violência é a exploração ilícita dos minerais feita por diversos grupos armados no Congo oriental". De acordo com Catholic Relief Service (CRS), que coordenou a viagem de Dom Djomo Lola aos EUA, o Presidente da Conferência Episcopal Congolesa expressou a esperança de que Securities and Exchange Commission (SEC) publique regras rigorosas para impedir que as empresas e os consumidores participem, conscientes ou não, do comércio que levou ao sofrimento e à morte de milhares de pessoas. "A Igreja no Congo faz votos de que a comunidade internacional possa e se una a nós para proteger a vida e a dignidade humana do povo congolês, conduzindo um comércio internacional respeitoso das regras, transparente e responsável. Estamos certos de que não queremos contribuir para a miséria que afligiu o Congo oriental por anos", concluiu Dom Djomo Lola. (L.M.) (Agência Fides 19/5/2012)


Compartilhar: