AMÉRICA/COLÔMBIA - Novos graves problemas humanitários nas “áreas esquecidas” do país: relatório da CICR

Sexta, 20 Abril 2012

Bogotá (Agência Fides) – O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICR) na Colômbia apresentou em Bogotá e em outras cidades colombianas em que atua o seu relatório anual contendo graves assinalações sobre os crescentes problemas humanitários que atingem a população civil. Problemas como as movimentações forçadas, ameaças, violência sexual, violações contra o trabalho dos médicos e prejuízos às comunidades estão inseridos no contexto do conflito armado interno que a Colômbia vive há quase 50 anos.
Como indicado no comunicado do CICR enviado à Agência Fides pela Adital, o relatório é também um modo de recordar a todas as partes envolvidas no conflito que devem respeitar e aplicar rigorosamente as normas humanitárias. Os problemas humanitários são mais comuns nas chamadas “áreas esquecidas”. Nestas localidades, a população sofre as consequências dos combates (ultimamente em aumento) e das operações militares. Também nestas áreas faltam serviços básicos como água, instrução pública, assistência de saúde e transportes.
O CICR relevou que as regiões nas quais a população é mais atingida pelo conflito são: Cauca, Narino, Choco, Antioquia, Cordoba, Putumayo, Caquetá, Meta, Guaviare e Norte de Santander. Em Medellin, Tumaco e Buenaventura, o relatório assinala que a população deve enfrentar não apenas as consequências do conflito interno, mas também outras formas de violência organizada. O documento releva casos de irrigação aérea de plantações ilícitas. Esta prática afetou também as plantações legais das comunidades moradoras nas áreas de conflito, e dificultaram ainda mais o abastecimento de alimentos, além de influir na saúde da população.
Em 2011 o relatório catalogou mais de 760 violações do direito internacional humanitário: o governo realizou esforços para mudar esta realidade, mas estes são ainda insuficientes. Para demonstrar que estas regiões são parte da “outra Colômbia”, “a Colômbia esquecida”, Jordi Raich, chefe da delegação do CICR, cita dados que demonstram a disparidade no crescimento econômico do país. Com base nos números fornecidos pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), Raich ressaltou que a Colômbia é o segundo pior país em distribuição de renda. Ao mesmo tempo, em 2011, o crescimento econômico do país foi superior a 5%, um dos mais altos na América Latina. (CE) (Agência Fides, 20/04/2012)


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