ÁSIA/PAQUISTÃO - Educação sem ódio ou preconceito: apelo da Comissão "Justiça e Paz"

Terça, 3 Abril 2012

Lahore (Agência Fides) - Não ao fanatismo nas escolas, não à imposição de estudos islâmicos aos estudantes não muçulmanos: é o apelo lançado pela Comissão "Justiça e Paz" da Conferência Episcopal do Paquistão que volta a focalizar sua atenção sobre uma das questões fundamentais para o futuro do país, a educação das jovens gerações. Numa mensagem enviada à Agência Fides, o Diretor da Comissão, o leigo católico Peter Jacob, nota que, para garantir realmente o direito à educação sancionado na Constituição do Paquistão, o país precisa erradicar o ódio, intolerância e preconceito do currículo da educação e assegurar o respeito pelos direitos humanos nas políticas educacionais.
"Vários orçamentos foram feitos ao longo dos últimos 30 anos faliram porque ignoraram o plano fundamental dos direitos fundamentais. Além disso, as iniciativas de alfabetização foram marcadas pela corrupção e ineficiência", disse Jacob a Fides.
A Comissão observou o status das minorias religiosas, lembrando que o artigo 20 da Constituição garante a liberdade de religião e o artigo 22 enfatiza que "ninguém é obrigado a receber educação religiosa de uma fé diferente da sua". Este artigo, disse Jacob, é ignorado no caso de centenas de milhares de estudantes não muçulmanos que freqüentam as escolas da província de Punjab: os estudos islâmicos é uma disciplina obrigatória nas escolas e universidades e os estudantes não muçulmanos são obrigados a segui-los por medo de serem discriminados ou para não encontrar outras dificuldades ou obstáculos nos estudos.
Além disso, "as religiões diferentes do Islã são tratadas com desprezo e preconceito": organizações da sociedade civil deram aulas e passos de livros didáticos que refletem o ódio religioso e distorcem a história. Diante deste quadro, segundo a Comissão, o resultado é "a mercantilização da educação e a radicalização da sociedade".
A Comissão promove "uma educação de qualidade", afirmando que a educação pública deve ser separada da educação religiosa, no respeito pela Constituição. Pede-se ao governo "a suspensão de aulas e práticas que contradizem os direitos humanos universais, que são discriminatórias e difamatórias em relação às minorias religiosas", e não impor estudos islâmicos aos não muçulmanos, oferecendo mais opções aos estudantes cristãos, hinduístas e sikhs. (PA) (Agência Fides 3/4/2012)


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