Órgão de Informação das Pontifícias Obras Missionárias desde 1927
Nova Délhi (Agência Fides) - Os casos de dois marinheiros italianos presos em Kerala e de dois italianos seqüestrados em Orissa "obscurecem as relações entre Índia e Itália," mas os cristãos indianos "estão otimistas por um desfecho feliz dos dois casos": foi o que disse à Agência Fides John Dayal, intelectual católico indiano, ativista de direitos humanos e secretário-geral da organização ecumênica "All India Christia Council".
No caso de Orissa, as negociações entre rebeldes e governo foram temporariamente suspensas considerada a tensão que aumentou entre as partes, depois dos últimos episódios como o sequestro de um parlamentar do estado de Orissa. Dayal explica: "Apesar de alguns obstáculos, eu acredito que se encontrará uma solução. Os grupos maoistas e endêmico não usam violência contra estrangeiros. Eles apresentam legítimas reivindicações sobre seus direitos, que o governo pode ouvir. Acredito que, nesta fase, o primeiro-ministro de Orissa, Naveen Patnaik, deve permanecer nos bastidores e ser assistido por técnicos e mediadores: o Premier, na verdade, pertence ao partido nacionalista Barathiya Janata Party (BJP) e nunca deu uma boa impressão aos autóctones".
A respeito dos marinheiros italianos acusados de matar dois pescadores, confundindo-os com piratas, a questão está complicada, pois a Alta Corte de Kerala disse que eles podem ser até considerados como “terroristas”: “Neste caso - nota Dayal - precisamos seguir o percurso dos tribunais e aguardar as sentenças. É verdade também que a diplomacia ainda pode desempenhar um papel importante. Como indiano, sugeriria à Itália que apresente as desculpas às famílias dos pescadores e lhes ofereça uma justa indenização, além de apurar as responsabilidades. Um gesto assim poderia sensibilizar a opinião pública indiana e a política, que está irremovível em relação ao episódio”.
Em todo caso, conclui Dayal “vejo uma tempestade passageira nas relações entre Itália e Índia, mas não uma crise política profunda. O povo indiano não está contra a Itália. Estou confiante de que os dois casos se resolverão no melhor modo possível”. (PA) (Agência Fides 24/3/2012)
