Órgão de Informação das Pontifícias Obras Missionárias desde 1927
Damasco (Agência Fides) - "Numa atmosfera em que prevalece o pessimismo, enquanto a população sofre em nível econômico e social, as pessoas nos perguntam: a Igreja pode desempenhar o papel de mediador entre os antagonistas para a reconciliação?": é o que diz num forte testemunho enviado à Agência Fides um sacerdote católico sírio de Damasco, que pede o anonimato.
O sacerdote conta: "Nos últimos meses, a situação se tornou sempre mais tensa. Os fiéis têm medo de ir à igreja. A escassez de combustível, gás e eletricidade aumenta o sofrimento cotidiano. O desemprego dos jovens, esperança para o nosso futuro, aumenta. Teme-se o êxodo dos cristãos do Oriente, como consequência do ampliar-se da violência e do radicalismo religioso. E qual futuro teria a Igreja sem os jovens?".
"A população está pessimista. O bloqueio econômico e comercial - prossegue – atinge sobretudo as pessoas pobres: a inflação aumenta, há dificuldade em adquirir bens de primeira necessidade. Muitos decidem fugir do país, mas o caminho para o Líbano é perigoso, e o caminho é cheio de obstáculos". “É difícil melhorar o estado de espírito dos fiéis: já tínhamos muitos refugiados iraquianos, aos quais se somam os novos desalojados internos sírios provenientes das áreas de combate. O confessionário se tornou um ‘muro das lamentações’ onde ouvimos a dor dos fiéis sobre seu triste destino” – prossegue o doloroso testemunho enviado à Fides.
O sacerdote termina com uma pergunta: “No ano que vem estaremos ainda aqui? A questão encontra respostas somente no coração de Deus e na esperança cristã. Unimo-nos à voz do Santo Padre ao pedir diálogo, perdão, paz e orações de todos os cristãos do mundo”. (PA) (Agência Fides 16/3/2012)
