ÁFRICA/SOMÁLIA - Alarme da Caritas Somália: teme-se uma nova onda de seca no Chifre da África e um forte fluxo de deslocados no Corredor de Afgoye

Sexta, 9 Março 2012

Mogadíscio (Agência Fides) – Segundo os meteorologistas, existe uma forte probabilidade de uma nova onda de seca no Chifre da África. É o que afirma o oitavo Situational Report da Caritas Somália, enviado à Agência Fides. Os países que poderiam ser atingidos pelo fenômeno são Somália, Djibuti, o norte do Quênia e a parte sudeste e nordeste da Etiópia. Os meteorologistas do IGAD (Intergovernamental Authority on Development) advertiram as ONGs e os governos locais para iniciar a prepararem-se desde já para enfrentar a nova possível crise. Todavia, outros especialistas afirmam que é muito cedo para conhecer o fluxo de chuvas Gu, que caem de abril a junho, e que são as mais importantes a fim de garantir uma boa colheita.
"Neste momento – afirma o relatório –, todas as áreas da Somália não estão mais em situação de penúria, graças ao melhoramento das ‘colheitas Deyr' (as chuvas que caem de outubro a novembro). Permanecem ainda em estado de emergência somente algumas áreas, inclusive as áreas fluviais de Juba e do Médio Shabelle". Todavia, a situação permanece precária e qualquer mudança nos níveis de assistência humanitária, o aumento da seca ou as atividades militares podem aumentar improvisamente o número dos deslocados. Segundo a Caritas, só no mês de fevereiro 62 mil somalis foram obrigados a deixar suas casas, dois terços por causa da insegurança.
Teme-se um forte fluxo de deslocados internos do Corredor de Afgoye por causa do aumento da insegurança. Prevê-se, de fato, que os Al Shabaab e as tropas africanas da AMISOM e do governo de transição somali possam combater para o controle desta área, que abriga o maior campo de deslocados dentro da Somália. Em caso de conflito, mais de 270.000 deslocados internos poderiam fugir do Corredor de Afgoye rumo à capital.
A rede da Caritas continua a atuar seja na Somália, seja nos países vizinhos, fornecendo assistência às populações, aos deslocados e aos refugiados. Dom Giorgio Bertin, Bispo de Djibuti, Administrador Apostólico de Mogadíscio e Presidente da Caritas Somália, foi aos Estados Unidos, onde encontrou uma delegação de alto nível do Congresso e os representantes das Nações Unidas. Ele pediu um maior empenho diplomático e político para recriar um Estado na Somália e construir uma paz duradoura. Dom Bertin participou ainda, em Roma, de uma reunião da Caritas Internacional sobre a emergência no Chifre da África e, em Nairóbi, de um encontro de coordenação entre as Caritas ativas na região. (L.M.) (Agência Fides 9/3/2012)


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