Órgão de Informação das Pontifícias Obras Missionárias desde 1927
Beirute (Agência Fides) – A persistente violência está levando a população civil síria a fugir para o Líbano: segundo as Nações Unidas, 2.000 novos refugiados atravessaram a fronteira nos últimos dois dias. Nesta fase, a comunidade cristã no Líbano está dando exemplo de receptividade e solidariedade.
Pe. Paul Karam, Diretor das Pontifícias Obras Missionárias no Líbano, explica à Agência Fides: “Temos experiência direta de famílias cristãs que fugiram da Síria devido à violência ou à opressão do regime. Muitas famílias que têm parentes no Líbano se refugiaram aqui e querem mudar de vida, procurar trabalho. A resposta da Igreja no Líbano foi a acolhida e a atenção a estas pessoas: nós as hospedamos em paróquias, oferecemos alimentos e vestiário, assistimos economicamente e as inserimos no tecido social. As famílias cristãs sírias estão divididas em várias paróquias e Dioceses. Sobre as famílias não-cristãs não temos notícias diretas, mas sabemos que existem muitas no Norte e que o governo libanês pediu à população que seja receptiva com os refugiados”.
Sobre a crise síria, pe. Karam diz: “Como Igreja afirmamos ser contrários à violência. Queremos promover a paz e encorajar o diálogo. No que se refere aos cristãos, o risco maior é que se verifique um cenário como o iraquiano, no qual os cristãos sejam obrigados a fugir do país. O risco é que um regime ditatorial seja substituído por um do tipo islâmico, que imponha a xariá”.
Por isso, acrescenta o Diretor, “a justa chave de leitura é o diálogo e a paz, no respeito da dignidade e dos direitos humanos. Toda ação política deve se inspirar no bem da humanidade e da população civil, e não gerada por interesses particulares de grupos ou nações”. (PA) (Agência Fides 6/3/2012)
