AMÉRICA/CHILE - Mais tensão entre a população de Aysén e governo central, o Bispo continua a pedir diálogo

Segunda, 5 Março 2012

Aysén (Agência Fides) – “Aysén se desperta mais preocupada do que nunca, porque estamos mais uma vez convencidos de que novamente, como aconteceu continuamente em todos estes dias, fomos enganados pelas palavras e ações do governo, o que esquenta o sangue ainda mais” – disse no dia 3 de março a uma rádio local o Bispo de Aysén, Dom Luis Infanti. A população local está exasperada pela falta de respostas por parte do Estado a seus pedidos de infra-estruturas, subsídios para a pequena e média empresa, melhores condições de trabalho... a ponto de interditar a principal estrada para a aldeia, com consequentes atritos com a polícia (veja Fides 23/2/2012). Segundo a sede central do governo, o diálogo será retomado somente quando as estradas principais da região estiverem completamente livres de manifestantes.
A nota enviada à Agência Fides traz também outras palavras de Dom Infanti: “Gostaria de enquadrar toda a situação numa chave política, no sentido que o governo quer dar sinal de poder governar em uma região que hoje está desgovernada. Neste momento, as autoridades não possuem nenhum poder na região, existe total desconfiança nelas. Quem comanda neste momento é o povo e seus lideres”.
Interpelado sobre a chegada à área do ministro da Energia, Rodrigo Alvarez, o Bispo disse: “ele veio para resolver o problema, mas não vejo os ‘plenos poderes’ que alegou ter. tudo é administrado segundo uma visão política de Santiago, da liderança do governo, e me parece – mas não posso confirmar porque não há diálogo – que seja apenas uma estratégia para se ganhar ainda mais tempo antes de dar uma resposta um pouco mais consistente da anunciada até o momento aos pedidos do povo de Aysén. Se existem intenções de resolver o problema, não consigo entender porque não existe esta capacidade de responder com a razão e espero não com a força, às reivindicações feitas há anos pela região”.
Segundo as últimas agências de imprensa, depois de uma reunião urgente na qual o Presidente do Chile encontrou o Comitê político para avaliar o conflito, o governo central parece intencionado a aplicar o estado de emergência na área. A aplicação da “Lei de Segurança do Estado” por causa da interdição das principais rodovias será somente um problema a mais na área do conflito. O Movimento Social de Aysén quer manter uma interdição parcial até constatar os resultados das iniciativas promovidas pelo governo. (CE) (Agência Fides, 05/03/2012)


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