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Abuja (Agência Fides) - Quatro membros da Polícia da Marinha foram mortos no dia 1o de março em um posto de blitz no estado de Bayelsa, na região do Delta do Níger, no sul da Nigéria. Simultaneamente, foi atacada uma patrulha da Joint military Task Force (JTF, grupo de elite inter-forças), com a morte de um oficial do exército. Ambos os ataques foram reivindicados pelo MEND (Movimento de Emancipação do Delta do Níger).
O MEND, que oficialmente combate para reivindicar os direitos das populações do Delta (onde se concentram os poços de petróleo nigerianos, que provocam muitos danos ambientais e econômicos) é usado também como sigla de cobertura por organizações puramente criminosas que atuam na área. Dentre estas, estão grupos que agem com sequestros e pirataria, como o que em 29 de fevereiro atacou um navio holandês e sequestrou três homens da tripulação. O Presidente Goodluck Jonathan decretou a anistia para os membros do MEND que depuserem as armas, conseguindo deter boa parte dos confrontos na região.
O assassinato dos policiais da marinha marca um brusco aumento da tensão no sul da Nigéria (em grande parte habitado por cristãos), enquanto no norte continuam os ataques da seita islâmica Boko Haram. Em Bauchi foram atacados um banco e uma delegacia, enquanto pelo menos 5 escolas foram destruídas em Maiduguri e arredores. Outras violências foram registradas em Kano.
As novas violências, seja no norte de maioria muçulmana, como no sul cristão, preocupam os observadores que temem a divisão da Nigéria em linhas étnicas e religiosas. Esta possibilidade é firmemente rejeitada pelos Bispos católicos. “Devemos continuar com o projeto de mostrar ao mundo que cristãos e muçulmanos podem viver em paz numa mesma nação. Os exemplos históricos de nações divididas em linhas de fanatismo religioso não são dignos de ser emulados” – afirmou, em 26 de fevereiro, Dom John Olorunfemi Onaiyekan, Arcebispo de Abuja, em sua homilia na Missa de abertura da Assembleia Plenária da Conferência Episcopal nigeriana. (L.M.) (Agência Fides 2/3/2012)
