AMÉRICA/BOLÍVIA - Confrontos entre portadores de deficiências e a polícia: a Igreja quer abrir o diálogo

Terça, 28 Fevereiro 2012

La Paz (Agência Fides) – A Conferência Episcopal Boliviana (CEB) pediu que se deponha todo comportamento de violência e se abra um canal de diálogo depois dos violentos atritos ocorridos entre um grupo de pessoas com deficiências que foram à sede do governo apresentar suas reivindicações, e as autoridades da polícia nacional. Dom Eugenio Scarpellini, Secretário-Geral da CEB e Diretor nacional das Pontifícias Obras Missionárias (POM) na Bolívia, falou expressamente da situação com pessoas diversamente hábeis e recordou que a Igreja defende o diálogo quando as partes envolvidas o requerem. Embora ainda na haja uma mesa de diálogo, a Igreja pediu que sejam depostos os comportamentos intransigentes para se alcançar soluções reais e duradouras. “Não se devem buscar soluções provisórias para pacificar os confrontos, mas soluções duradouras, que permitam a assistência digna e fraterna” – afirmou Dom Scarpellini. Na nota enviada à Agência Fides, Dom Scarpellini declara que “a violência não é aceitável em nenhuma forma, porque ameaça a integridade física e moral das pessoas. Sabemos também que o caminho violento não leva a lugar nenhum. Assim como Jesus tinha gestos preferenciais com os irmãos menores, também nós somos chamados a dar-lhes acolhida e a sermos solidários”. Também Padre José Fuentes, Secretário da Comissão de Pastoral Especial da CEB, recordou a colaboração existente entre a Igreja e este movimento de deficientes através das paróquias e das Caritas da área neste momento, inclusive com o apoio material com gêneros alimentícios e medicamentos. A Igreja, através de suas obras de promoção social, assiste também este grupo da população nos nove departamentos, por meio de centros e casas de assistência. Há 105 dias, na Bolívia, está em andamento a "Caravana de l'integración", que reúne portadores de deficiências de todo o país na cidade de La Paz para pedir a participação na revisão da Lei Geral para pessoas com deficiências. O grupo, composto por mais de 5.000 pessoas, pede um subsídio pessoal ao governo, enquanto o ministro da economia respondeu que o governo não pode atendê-las, porque deve cobrir as despesas das áreas de emergência e atingidas por calamidades naturais. Segundo a imprensa local, o ministro teria dito que muitas destas pessoas podem procurar um emprego e não pedir subsídios. (CE) (Agência Fides, 28/02/2012)


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