AMÉRICA/PERU - Um projeto minerário ameaça os direitos humanos e o meio ambiente: o alarme da Igreja

Sábado, 25 Fevereiro 2012

Huancayo (Agência Fides) – Trata-se de uma iniciativa que deve ser rejeitada, enquanto "não faz nenhuma menção à defesa da vida, à saúde da população e à tutela do meio ambiente": este é o juízo expresso por Dom Pedro Ricardo Barreto Jimeno, S.J., Arcebispo de Huancayo, que estigmatizou a proposta de "abençoar", com aval do governo, um polêmico projeto extrativista que está criando graves problemas ao meio ambiente e à saúde pública. No Peru, existe o "PAMA" ("Programa De Adecuacion Y Manejo Ambiental"), uma espécie de "atestado" que o governo concede aos projetos extrativistas e industriais, garantindo sua compatibilidade ambiental e humana. O parlamentar Huaire Casio propôs que o aval seja concedido a um projeto de extração minerária, e ao relativo conjunto metalúrgico, confiado à empresa Doe Run e ativo no distrito de Junin. O projeto minerário, segundo a Comissão ambiental instituída pela diocese, "cria condições de vida indignas para a população local, com benefícios unicamente à empresa Doe Run", disse o Arcebispo. Come referido à Agência Fides pela "Coordenação Nacional das Rádios no Peru", sobre a questão se expressou também Mar Perez, da Comissão Nacional dos Direitos Humanos. Perez indicou que o atual governo tem uma "visão errônea dos direitos humanos porque oferece um quadro alterado de desenvolvimento. Propõe um falso modelo de desenvolvimento, concentrado somente nos lucros que vêm das minas". "No caso da Doe Run – continuou –, o Estado está falindo na sua obrigação fundamental de proteger os direitos humanos. A necessidade de desenvolvimento não pode ser um pretexto para ignorar a tutela dos direitos humanos. Proteger o direito à saúde e ao meio ambiente é um modo para garantir um real desenvolvimento para o país". Segundo os observadores, o projeto minerário da Doe Run gera pobreza e sofrimento à sociedade, por causa do alto índice de poluição: as famílias serão obrigadas a enfrentar doenças contraídas pela contaminação com gases tóxicos. A exposição dos cidadãos a elevados níveis de poluição – advertem os comitês locais – comporta altos custos sociais, com vidas destruídas ou enfermas, e uma grave deterioração da saúde pública. (CE) (Agência Fides, 25/02/2012)


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