AMÉRICA/ARGENTINA - Os Bispos deploram a repressão dos protestos pacíficos e pedem garantias sobre a atividade extrativista

Quinta, 23 Fevereiro 2012

Patagonia-Comahue (Agência Fides) – Os Bispos da região argentina de Patagonia-Comahue criticaram a atual atividade extrativa e pediram o respeito do direito internacional e nacional por esta atividade, além de “deplorar” a repressão que se verifica na área "La Alumbrera" Catamarca. “Deploramos o que está acontecendo em várias regiões do país, onde se reprime o protesto pacífico e se divide a sociedade, enquanto a atividade extrativista continua impune e é discutida de modo superficial” – consta no comunicado dos Bispos.
O debate sobre a mineira se tornou um problema no início de janeiro, quando começaram os bloqueios rodoviários e as manifestações no noroeste do país contra a exploração das jazidas na área Famatina (La Rioja), Bajo La Alumbrera e Agua Rica (Catamarca). Os mais atingidos foram os residentes em Tinogasta, que detiveram os caminhões que levavam abastecimento para La Alumbrera: isto desencadeou uma verdadeira repressão da polícia que deixou oito feridos por tiros de balas de borracha, segundo a imprensa local.
No VIII Encontro das diversas Comissões de Pastoral da Região da Patagonia-Comahue, cujo tema central foi a Igreja e o cuidado com a natureza, os participantes assinaram o pedido de um diálogo com as autoridades. “Queremos compartilhar nossa posição em relação ao impacto ambiental das minas, que suscita graves preocupações em grande parte do povo argentino” – diz a carta enviada à Agência Fides.
A Igreja propõe um diálogo aberto e limites sobre questões controversas, além do empenho ao garantir que as cidades e áreas próximas aos projetos extrativistas possam manter seus próprios estilos de vida, seu sistema produtivo, suas águas, colinas e florestas. Também pede que se expresse a intenção política de um eficaz controle social sobre tais acordos e o respeito da lei argentina e internacional, que protegem os direitos e territórios dos povos indígenas.
O documento é assinado pelas várias Comissões de pastoral diocesana e pelos Bispos das Dioceses de Alto Valle de Rio Negro, Comodoro Rivadavia, Neuquén, Rio Gallegos, San Carlos de Bariloche e Viedma, e della Prelatura de Esquel. (CE) (Agência Fides, 23/02/2012)


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