ÁFRICA/RD CONGO - Presidência e Parlamento em crise de legitimidade após as irregularidades eleitorais

Quarta, 8 Fevereiro 2012

Kinshasa (Agência Fides) - As instituições da República Democrática do Congo (RDC) podem encontrar-se diante de uma crise de legitimidade após as controvérsias relativas às eleições presidenciais (vencidas pelo atual Presidente Kabila) e às legislativas. É o que afirma uma nota enviada à Agência Fides pela Rede Paz para o Congo, promovida pelos missionários que atuam no país.
"A Comissão Eleitoral Nacional Independente (Ceni) publicou os resultados provisórios das eleições legislativas de 28 de novembro – afirma a nota. Mesmo que ainda devam ser convalidados pela Corte Suprema de Justiça (CSJ), já se pode configurar a próxima Câmera dos Deputados. Com base nisso, começam a surgir os primeiros prognósticos sobre o futuro Primeiro-Ministro, sobre o novo Governo e o próximo Presidente da Câmera dos Deputados. Tudo está acontecendo como se as eleições fossem perfeitamente normais e regulares, sem considerar os erros, as numerosas irregularidades e múltiplas fraudes eleitorais constatadas, seja no âmbito das legislativas como nas presidenciais, já que ambas se realizaram no mesmo dia e nas mesas circunstâncias” – ressalta a nota.
“O povo congolês é bem consciente de que quando os resultados publicados não correspondem exatamente aos expressos nas urnas, o Presidente da República perde legitimidade. A mesma coisa vale também para deputados eleitos nestas circunstancias. A Ceni e a CSJ têm o dever de restabelecer a verdade dos resultados eleitorais. Se não o fizerem, serão suspeitadas de alta traição”.
"A crise de legitimidade, completamente evidente no que se refere à Maioria Presidencial, pode afetar também a oposição" - continua a nota. “Com efeito, com que base se pode afirmar a vitória eleitoral de seu candidato? Na realidade, sem ter o quadro completo dos ‘reais resultados’ de todas as sessões, é difícil saber quem ganhou e quem perdeu as eleições presidenciais”. A Rede Paz para o Congo destaca que “provavelmente” somente uma nova contagem dos votos pode resolver a controvérsia e dar legitimidade às instituições. (L.M.) (Agência Fides 8/2/2012)


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