ÁFRICA/CONGO RD - "Religiosas atacadas em base a acusações que devem ser ainda verificadas": o Arcebispo de Kananga denuncia o clima de tensão eleitoral

Sexta, 2 Dezembro 2011

Kinshasa (Agência Fides) – Várias religiosas foram atacadas na Arquidiocese de Kananga em relação ao clima tenso em que se realizaram as eleições presidenciais (ver Fides 30/11/2011). Foi o que denunciou o Arcebispo dessa cidade, Dom Marcel Madila, num comunicado enviado à Agência Fides. "Ataques e atos hostis contra as nossas religiosas foram perpetrados em Buena Mutu, Malole, Katoka, Bena Leka e em outras localidades" afirma Dom Madila.
Segundo a reconstrução do Arcebispo, "tudo começou na escola de Buena Muntu, onde uma religiosa da Congregação das Irmãs da Caridade de Jesus e Maria, diretora da escola, foi acusada de ser cúmplice de uma tentativa de fraude eleitora em favor de um candidato às presidenciais. A religiosa foi espancada e seqüestrada, e foi salva graças à intervenção da polícia local”.
Este episódio, que deve ser esclarecido, provocou uma série de assaltos contra religiosos em várias áreas da Arquidiocese. Episódios que parecem estar ligados às tensões eleitorais. "Em Katoka II (um município de Kananga), duas religiosas diocesanas do Coração Imaculado de Maria de Kananga, que esperavam tranquilamente para votar, foram atacadas e feridas, estavam prontos para queimá-las vivas, somente porque a seção não tinha sido aberta na hora prevista" – refere Dom Madila, que denuncia outros graves ataques contra as religiosas da Arquidiocese.
"Na cidade continuam as ameaças e insultos contra as religiosas e a imagem da Igreja está gravemente danificada somente em base a suspeitas. No estado atual de nossas investigações, não existem razões para que as nossas religiosas ou a Igreja sejam acusadas de cumplicidade em tentar fraudes eleitoras", afirma O Arcebispo de Kananga. "Ao mesmo tempo, declarou com a mesma firmeza que qualquer pessoa, sacerdote, religioso ou religiosa, que seja culpado de tais crimes, será punido conforme a lei canônica da Igreja" – afirma Dom Madila que recorda que a Igreja não toma parte ativa na vida política.
O arcebispo conclui lançando um apelo à população e em particular aos jovens, para que não ouçam notícias falsas e acusações gratuitas e não se deixem manipular "por aqueles que querem destruir seu futuro". (L.M.) (Agência Fides 2/12/2011)


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