Órgão de Informação das Pontifícias Obras Missionárias desde 1927
Abidjan (Agência Fides) - "Em Abidjan até agora não foram feitas manifestações em favor de Gbagbo e a situação está calma, mas os jornais da oposição, próximos ao presidente deposto, criticaram com força a decisão do Governo de entregá-lo à Corte Penal Internacional de Haia" – dizem à Agência Fides fontes da Igreja Católica em Abidjan, capital econômica da Costa do Marfim.
O ex-Presidente da Costa do Marfim Laurent Gbabo foi entregue ontem pelas autoridades locais à Corte Penal Internacional de Haia. Gbagbo foi preso em abril ao final da guerra civil, quando desafiou o atual chefe de Estado, Alassane Ouattara. Ele é acusado da morte de 3 mil pessoas, mortas entre o final de 2010 e o início de 2011 nas violências que se seguiram à sua derrota nas últimas eleições presidenciais, que sancionaram a vitória de Ouattara, violências que eclodiram numa guerra civil com o envolvimento, ao lado das milícias próximas a Ouattara, de militares da ONU e da França.
"Notre Voix, jornal do partido de Gbagbo, noticiou que agora a reconciliação acabou, afirmando que o Presidente Ouattara, entregando Gbagbo a Haia, cancelou qualquer possibilidade de reconciliação nacional", segundo as fontes da Fides. "O partido de Gbagbo já tinha anunciado o desejo de boicotar as eleições legislativas de 11 de dezembro. Mas alguns expoentes do partido tinham declarado que se apresentariam como candidatos independentes. Pelo menos 3 deles anunciaram a Notre Voix de ter retirado sua candidatura para protestar contra a transferência de Gbagbo à CPI". Gbagbo está preso no centro de detenção da Corte Penal Internacional de Haia, na Holanda. (L.M.) (Agência Fides 30/11/2011)
