ÁSIA/ÍNDIA - Um Pastor protestante “julgado por uma Corte islâmica por conversões fraudulentas”

Segunda, 7 Novembro 2011

Srinagar (Agência Fides) - Um Pastor protestante, acusado de promover “conversões fraudulentas” na Caxemira, foi chamado a comparecer diante de uma Corte islâmica e está correndo risco de vida, ameaçado por grupos extremistas islâmicos. Segundo informado à Agência Fides pelo "Global Council of Indian Christians" (GCIC), organização que defende os direitos dos cristãos na Índia, o Rev. C. M. Khanna, Pastor da "Igreja do Norte da Índia", em serviço em Srinagar, na Caxemira, encontra-se hoje em uma situação muito séria e delicada. O Pastor é falsamente acusado de "conversões fraudulentas" por represálias: um mufti muçulmano quer vingar-se dele porque não admitiu a matrícula de um jovem muçulmano em uma das escolas cristãs de Srinagar.
O mufti Azaam Bashir-ud-din citou em juízo o Pastor, chamando-o a comparecer diante da Corte islâmica (que aplica a xariá), por “conversões fraudulentas de jovens muçulmanos”.
Khanna não se apresentou na primeira audiência. A próxima está marcada para 12 de novembro e em Srinagar aumenta a pressão para o que Pastor seja julgado, correndo o risco de ser condenado à morte.
“O rev. Khanna é um cidadão e sacerdote indiano. As leis islâmicas são aplicáveis somente onde vigora a Constituição islâmica. A convocação em um tribunal islâmico é fora de lugar e inconstitucional em um país laico como a Índia. O rev. Khanna pode ser julgado exclusivamente pelo sistema e segundo o direito civil e penal indiano” – afirma o GCIC.
Entretanto, Khanna e sua família estão trancafiados em casa e são continuamente ameaçados de morte. “É trágico que tudo isto esteja ocorrendo em um país livre como a Índia, com sua Constituição e os direitos fundamentais de seus cidadãos, incluindo o direito fundamental à liberdade religiosa e a liberdade de se converter” - nota o GCIC. O episódio é “um banco de prova porque, caso não seja detido, pode gerar uma série de consequências, colocando em risco a natureza laica de nosso país”.
(PA) (Agência Fides 7/11/2011)


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