Órgão de Informação das Pontifícias Obras Missionárias desde 1927
Cotabato (Agência Fides) - Enquanto a Special Task Force que indaga sobre o homicídio de pe. Fausto Tentorio explica que está percorrendo “pelo menos três pistas”, segundo o Fórum Justiça para pe. Pops” (como era chamado o missionário assassinado) – que reúne mais de 50 organizações e congregações religiosas de Mindanao – “a pista mais quente é a da responsabilidade de militares e grupos de paramilitares” – como diz à Fides Ir. Julita Encarnation, das Irmãs da Assunção de Maria, uma das coordenadoras do Fórum.
O Fórum afirma que o inquérito deve se concentrar nesta pista. “Os guerrilheiros comunistas do New People's Army (NPA), as tribos indígenas, os civis, missionários e lideranças são todos vítimas dos abusos cometidos cotidianamente por soldados e milícias paramilitares organizadas” - nota a religiosa. "Pe. Tentorio - continua - deplorava abertamente a militarização, com suas brutalidades e violações de direitos humanos”, fruto da operação "Oplan Bayanihan", confirmada pelo Governo de Benigno Aquino, que prevê um maciço deslocamento militar em Mindanao para contrastar a insurreição comunista. No entanto, prossegue Ir. Julita, “os militares não fazem diferenças: consideram todos como ‘inimigos do Estado’; acusaram pe. Tentorio até mesmo de ser membro do NPA. Somos testemunhas da morte, desaparecimento e expropriação de civis. Desde maio de 2010, 54 pessoas de Mindanao foram vitimas de execuções extrajudiciais. É esta a paz e o desenvolvimento que o governo quer levar a Mindanao?” – pergunta-se a porta-voz do Fórum, reclamando o “fim da impunidade”.
O Fórum nota também que o exército intensificou o recrutamento de membros do grupo paramilitar "Bagani" em meio aos índios, semeando divisões no âmbito das comunidades tribais. "Bagani" é o grupo que já no passado havia ameaçado padre Tentorio. (PA) (Agência Fides 29/10/2011)
