ÁFRICA/RD CONGO - Faltando dois meses para as eleições presidenciais os missionários lançam o alarme sobre as "tendências violentas do processo eleitoral"

Sábado, 24 Setembro 2011

Kinshasa (Agência Fides) - "Existem todos os elementos necessários para provocar uma possível violência no processo eleitoral até 28 de novembro de 2011", afirma num editorial, enviado à Agência Fides, a "Rede Paz para o Congo" promovida pelos missionários que trabalham na República Democrática do Congo. Para 28 de novembro, estão programadas as eleições presidenciais congolesas. Nas últimas semanas, recorda o editorial, "a guerra verbal cresceu até atingir proporções preocupantes degeneradas na violência: manifestações reprimidas e jornalistas espancados, sedes de partidos políticos destruídos e mortes".
A tensão é grande e a atmosfera deletéria, com o risco de se espalhar rapidamente por todo o país. "O coração do problema, asseguram os observadores bem informados, é um político congolês. Todos os políticos, pertencentes a qualquer partidos, parecem ignorar os princípios básicos do processo eleitoral", afirma o editorial. "Enquanto eles aplaudiram o advento da democracia, ao mesmo tempo, estão arraigados a uma desprezível intolerância política. Aberração ou falta de bom senso? Estão ainda subjugadas ao seu passado ditatorial em que predominava o pensamento único? Tudo faz pensar. Por que é absurdo aceitar o sistema democrático e, ao mesmo tempo, ceder diante da intolerância política", ressalta o editorial.
"O respeito pelas regras do jogo é a chave para o sucesso de qualquer processo eleitoral pacífico. É indispensável um mínimo de consenso entre as partes envolvidas no processo eleitoral para salvar toda a nação de um novo ciclo de violência. O fato de registrar atos de violência já nesta pré-eleitoral é um mau sinal para o futuro. É um fato que se deve absolutamente ir às urnas para não mergulhar o país no ciclo infernal de ilegalidade e intermináveis transições marcadas por ambíguas negociações para uma “partilha justa e equilibrado do poder”.
"O recurso à provocação para desafiar a autoridade é um erro é uma tática que parece com uma espada de dois gumes. Na verdade, tudo sempre depende da habilidade de controlar a situação antes que se torne incontrolável. O apelo à calma emitidos por muitos deve ser entendido e seguidos. Não serve a nada incendiar o edifício. Para ter sucesso, todos devem respeitar as regras do jogo", concluem os missionários. (L.M.) (Agência Fides 24/9/2011)


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