EUROPA/ALBÂNIA - Comunidades religiosas conscientes de seu papel na construção de uma nova sociedade

Roma (Agência Fides) – “Todas as comunidades religiosas mostraram uma clara consciência que hoje a Albânia é ainda uma sociedade em transição: alguns problemas do passado continuam sem solução e há importantes desafios políticos, sociais e econômicos para o futuro. A tarefa de definir o papel da religião na sociedade moderna albanesa não está ainda terminada, mas as comunidades religiosas estão conscientes de seu papel na construção de uma nova sociedade na Albânia. Ainda que possa haver algumas tensões e dificuldades, o comportamento que as comunidades religiosas demonstraram até hoje, caracterizado pelo respeito recíproco, pelo apoio mútuo e pela exaltação dos valores comuns, como a dignidade da pessoa humana, deve oferecer uma base sólida como ponto de partida para continuar a afrontar estes desafios”. Este é um trecho do documento, enviado à Agência Fides, conclusivo do encontro das comissões Justiça e Paz da Europa, que se realizou na Albânia, de 16 a 20 de setembro, sob o tema “As relações interreligiosas e interculturais – oportunidades e desafios para a nossa solidariedade. Uma contribuição albanesa para a construção da Europa” (ver Fides 8/9/2011).
Os participantes da reunião, representando 23 países europeus, puderam encontrar todas as principais comunidades religiosas da Albânia. Líderes e membros da comunidade muçulmana, ortodoxa, católica, protestante e Bektashi partilharam suas experiências e responderam perguntas durante uma mesa redonda. Particularmente comovente foi reviver as perseguições suportadas durante o período comunista: as pessoas eram emprisionadas por causa de sua fé, as estruturas dirigentes das religiões eram dispersas com prisão e exílio, o patrimônio cultural das diversas tradições foi destruído, os locais de culto requisitados e muitas vezes utilizados com objetivos desrespeitosos à fé e aos valores da comunidade. Apesar disso, diante de tanto sofrimento, a fé continuou viva no coração dos albaneses, e quando a perseguição cessou em 1991, as comunidades religiosas, unidas pela comum experiência do sofrimento, iniciaram a obra de reconstrução em um espírito de solidariedade com os outros, de cooperação e de partilha. A Albânia tem, portanto, muita experiência a partilhar em termos de desafios que as comunidades religiosas em toda a Europa enfrentam hoje, recordando que estas “devem dar prova de liderança nas questões morais e éticas, oferecendo sua contribuição ao bem comum e ao desenvolvimento de nossas sociedades”. (SL) (Agência Fides 23/09/2011)