ÁSIA/ÍNDIA - O jejum do líder hinduísta "é apenas um show": para construir a harmonia é necessária a justiça

Segunda, 19 Setembro 2011

Ahmedabad (Agência Fides) - Lançou um jejum de três dias do líder extremista hinduísta Narendra Modi, chefe do governo de Gujarat e membro do partido nacionalista Bharatiya Janata Party, para afirmar "seu compromisso com a harmonia social e comunidade em Gujarat". Mas os líderes políticos, organizações da sociedade civil, minorias cristãs e muçulmanas não acreditam nele. "É apenas um show", explica à Agência Fides o sacerdote jesuíta Pe. Cedric Prakash, SJ, diretor do Centro para os Direitos Humanos, a Justiça e a Paz “Prashant”, em Ahmedabad. "Narendra Modi está envolvido em violações dos direitos humanos ocorridos em 2002 em Gujarat. Como cristãos, dizemos a Modi: se você realmente deseja construir a harmonia, faça justiça às vítimas. Se 10 anos depois dos massacres, as vítimas ainda estão pedindo justiça; se as minorias religiosas cristãs e muçulmanas permanecem marginalizadas e discriminadas em todas as esferas, especialmente na educação e no emprego, de que harmonia está falando? A harmonia se constrói com os fatos, não com palavras".
Ao jejum de Modi, em Gujarat respondeu o líder da oposição regional Shankersinh Vaghela: ele também começou a jejuar, em um único "duelo de jejum." O desafio nasceu depois de o Supremo Tribunal do país decidir excluir, no momento, o chefe do executivo de Gujarat das acusações de desordens entre hinduístas e muçulmanos ocorridas em 2002. Modi começou um jejum na tentativa de se livrar da acusação de "cumplicidade nos massacres". Vaghela, do Partido do Congresso, começou o jejum com um uma finalidade oposta: denunciar a "política corrupta" de Modi.
Em julho passado, o Governo do Estado de Gujarat, no oeste da Índia, admitiu que todas as provas relativas aos massacres de 2002 - quando 2 mil muçulmanos perderam a vida, atacados por milhares de militantes radicais hinduístas - foram destruídas (veja Fides 1/7/2011). A notícia criou confusão e indignação entre as famílias das vítimas e da sociedade civil, porque muitos dos julgamentos de supostos responsáveis ainda estão pendentes. (PA) (Agência Fides 19/9/2011)


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