Órgão de Informação das Pontifícias Obras Missionárias desde 1927
Santiago (Agência Fides) - Irmã Elizabeth Gonzalez, vice-diretora da escola "Santa Maria de la Providencia" em Renca e membro da Comissão para a Missão Continental da Arquidiocese de Santiago, viveu o a "revolução do pinguim" de 2006 e, atualmente, continua a seguir o movimento estudantil no Chile. Na semana passada, os estudantes ocuparam o prédio da escola e Irmã Elizabeth decidiu ficar com eles, dormindo no chão com os estudantes, para manter aberto um diálogo genuíno, sem cair em atos desnecessários de vandalismo que enfraquecem a demanda. "É encorajador ver que os jovens nas escolas católicas não são indiferentes, mas querem contribuir para o problema pacificamente demonstrando, como facilitadores do diálogo, pedindo a iluminação do Espírito para discernir e participar com confiança, respeito e vontade de responder a este desafio que afeta a todos", disse a religiosa.
Para "envolver-se na realidade", como solicitado pela Conferência de Aparecida, os professores da escola, juntamente com os religiosos, que queriam acompanhar os alunos nesta ação pacífica e simbólica. Esta atitude foi tão popular entre os jovens que, então, resolveu acabar com a ocupação e começar um diálogo cultural, com dias de reflexão (organizado nas últimas horas de aulas), entendendo que a violência não é a melhor maneira de uma resposta às suas solicitações. Com esta atitude de diálogo, foi possível retomar o ano letivo. "Agora mais que nunca os discípulos missionários, estudantes, agentes de pastoral, professores, pais, religiosos e todos os envolvidos no trabalho educativo, têm a oportunidade de dar uma contribuição significativa às questões que afetam o sistema de ensino, a qualidade de educação, justiça e equidade, para que a juventude de nosso país possa ter acesso a uma completa e digna, independentemente do status social a que pertencem. É uma boa causa, de acordo com os valores do Evangelho" – concluiu a vice-diretora.
A situação não mudou muito desde que os estudantes começaram as manifestações para pedir mudanças no sistema educacional (veja Fides 25/6/2011). Também os bispos do Chile ressaltaram que "há um longo caminho a percorrer" para construir um modelo de aprendizagem de qualidade da educação, equitativa e justa, onde cada aluno, independentemente da sua condição pessoal e social, tenha garantido a formação necessária para se desenvolver plenamente. (CE) (Agência Fides, 04/07/2011)
