Órgão de Informação das Pontifícias Obras Missionárias desde 1927
Chaclacayo (Agência Fides) – No final do Seminário Internacional realizado em Chaclacayo, Lima (Peru), de 14 a de 16 junho, convocado pelo Departamento Justiça e Solidariedade do Conselho Episcopal Latino-americano (CELAM), com o apoio de Misereor (veja Fides 15/06/2011), sobre o tema dos recursos naturais e da Missão da Igreja, os participantes elaboraram um documento final. Arcebispos, Bispos, sacerdotes, religiosos, agentes sociais, profissionais e acadêmicos de 17 países da América Latina e do Caribe, da América do Norte e Europa, que participaram dos trabalhos, examinam no documento final a realidade do continente e julgam esta realidade à luz da Palavra de Deus e da Doutrina Social da Igreja, evidenciando que o dom da vida e dos recursos naturais deve ser zelado por todas as gerações.
“A Igreja não pode ignorar os problemas políticos, econômicos e ambientais da vida das comunidades, causados por projetos minerários, obras de extração mineraria e dos hidro-combustíveis, porque afetam as comunidades mais pobres e carentes do continente” – afirma uma das conclusões, segundo a nota enviada á Agência Fides pela CEAS (Comissão Episcopal de Ação Pastoral do Peru). “Constatamos com preocupação o reaparecimento de epidemias e doenças, de mortes prematuras causadas por elevados níveis de contaminação, além da difusão dos danos ao meio-ambiente” – consta nas conclusões do encontro.
Os participantes do seminário estão preocupados também porque em grande parte dos países latino-americanos não se faz uma efetiva consulta prévia junto às populações (...) como estabelecido na Convenção 169 da OIT (Organização Internacional do Trabalho) e na Declaração dos Direitos dos povos Indígenas das Nações Unidas.
A espiritualidade do discípulo missionário de Jesus Cristo, afirma o texto conclusivo, é um compromisso que se renova e afirma a opção pelos pobres, as primeiras vítimas dos efeitos destrutivos do atual modelo econômico, e as vítimas dos desastres naturais devidos às mudanças climáticas. “Os cristãos devem participar da promoção de uma ética ambiental, de transformação e eficaz (...) a Igreja tem o dever de reforçar o sistema democrático, porque respeita o desejo dos cidadãos. Todavia, nem sempre existem as condições para satisfazer as exigências da população” – conclui a nota. (CE) (Agência Fides, 20/06/2011)
