Órgão de Informação das Pontifícias Obras Missionárias desde 1927
Karachi (Agência Fides) - Um homem suspeito de estar envolvido no assassinato do Ministro das Minorias, Shahbaz Bhatti, foi preso pela polícia em Karachi. O homem admitiu, numa interceptação telefônica, de ter fazer parte do complô para eliminar o ministro assassinado em 2 de marco de 2011. A notícia reavivou os apelos pela justiça na comunidade cristã e da sociedade civil no Paquistão, que há meses está pedindo o mais empenho na investigação policial.
Pe. Yousaf Emmanuel, Diretor da Comissão Nacional "Justiça e Paz" da Conferência Episcopal do Paquistão, disse à Agência Fides: "Este país tem um problema sério chamado impunidade Os cidadãos estão ainda esperando esclarecimento sobre o assassinato de Benazir Bhutto. E também sobre os responsáveis pelo assassinato de Bhatti ainda nada. Pedimos ao governo para iniciar investigações sérias e disponibilizar com urgência todos os meios possíveis. Esperamos e oramos para que os culpados sejam presos o mais rápido possível, para que a família e a comunidade cristã possam obter justiça". Se a execuções extrajudiciais restam impunes - acrescenta uma fonte de Fides na sociedade civil - "a democracia no Paquistão continua seriamente doente, é apenas uma palavra vazia E 'uma questão crucial para o Estado de Direito", lembrando o recente assassinato do jornalista paquistanês Syed Saleem Shazad.
Segundo os primeiros relatórios preliminares, Shahbaz Bhatti foi morto por um grupo armado ligado ao talibã "Tehrik-e-Taliban". O ministro do Interior Rehman Malik tinha assegurado às minorias o compromisso na investigação para encontrar os culpados. As minorias religiosas no Paquistão pediram ao governo para estabelecer uma comissão independente de inquérito, dirigida por um dos juízes do Tribunal Supremo, mas o pedido caiu no vazio.
Enquanto isso a situação do Ministério Federal para as Minorias do país permanece incerta, principalmente por causa dos jogos políticos relacionados com a nomeação de ministros federais. Paul Bhatti, irmão do ministro morto, foi nomeado "Conselheiro Especial" do Primeiro-Ministro para os Assuntos das Minorias, e o católico Akram Gill foi nomeado "Ministro de Estado" (uma espécie de vice-ministro), mas nenhum dos dois tem o título de "ministro federal". Ao ministério foi dado um novo nome "Ministério para a Harmonia e as Minorias", mas na Lei financeira, apresentada pelo governo nas últimas semanas, não mencionava e não reconhecia um orçamento, de modo a ser esvaziado das suas funções. Como referem as fontes de Fides no mundo político paquistanês nos últimos dias circulam vozes de uma sua possível abolição. Por isso, uma delegação de parlamentares e líderes cristãos enviou um apelo ao primeiro-ministro Raza Gilani, pedindo que o Ministério seja mantido e lhe seja restituída a dignidade e a força. (PA) (Agência Fides 16/6/2011)
