ÁSIA/INDONÉSIA - As Igrejas da Papua ao governo: rever os contratos das empresas de extração de minério

Quinta, 9 Junho 2011

Jayapura (Agência Fides) – Os contratos assinados pelo governo indonésio com grandes empresas multinacionais para a exploração de recursos minerais na Papua (o Irian Jaya não dão nenhum benefício aos povos indígenas", aliás, "criam muitos problemas de segurança, de sustentabilidade ambiental, de violação de seus direitos ancestrais": é o que as igrejas dizem ao governo indonésio, pedindo a revisão do contrato assinado com a mineradora norte americana Freeport Mc Moran.
Conforme relatado à Agência Fides numa nota da "Comunhão de Igrejas na Papua," até agora a presença de empresas estrangeiras na região não trouxe benefícios para a população, mas apenas problemas: "os povos indígenas da Papua são titulares de direitos consuetudinários nos territórios, que são completamente ignorados". Além disso, com a chegada de empresas estrangeiras, os problemas de segurança na região aumentaram: nos dias passados a Freeport foi acusada de estar envolvida na morte de alguns índios que protestavam contra a presença da empresa.
O governo indonésio tem fortes laços econômicos com a Freeport: a multinacional acaba de pagar uma parcela de 678 milhões de dólares como compensação do acordo para a extração de recursos minerais na Indonésia. Desde 1992 a empresa pagou ao governo de Jacarta mais de 12,1 bilhões de dólares.
Nos últimos dias, ao final de uma conferência conjunta entre líderes civis e religiosos, as Igrejas da Papua apresentaram ao governo um documento com 22 recomendações, no qual pedem a revisão do contrato com a Freeport. Os líderes cristãos reivindicam o seu papel de contribuir para a solução dos problemas cruciais na Papua: desenvolvimento humano, educação, progresso cultural e formação espiritual da população. Manifestam apoio à "especial autonomia territorial" da Papua, a ser construída com a responsabilização - e não a mortificação – das comunidades locais. As Igrejas da Papua atuam em defesa da vida, dos direitos e da promoção social das comunidades indígenas, cujos membros com frequência são considerados "cidadãos de segunda classe" e são de fato marginalizados e discriminados na sua própria província. (PA) (Agência Fides 9/6/2011)


Compartilhar: