ÁSIA/INDONÉSIA - Convivência e harmonia entre cristãos e muçulmanos em Bekasi, lugar de tensões e conflitos

Jacarta (Agência Fides) - Cristãos e muçulmanos que se saúdam com sorrisos, que se estimam e se respeitam, que vivem juntos em harmonia: é o que acontece em Bekasi que, com mais de 2 milhões de habitantes, é um dos maiores bairros da grande Jacarta. Os cristãos locais com à Fides uma experiência que leva um pouco de esperança a Bekasi, cenário de conflitos e tensões entre os grupos muçulmanos radicais (como o Islamic Defenders Front) e comuniades cristãs protestantes.
Em Kranji, distrito de Bekasi, concluiu-se recentemente a restauração da Igreja de São Miguel. Para chegar até a igreja se deve passar por uma rua habitada por famílias muçulmanas. No domingo, quando a comunidade cristã vai a igreja para participar da liturgia, cristãos e muçulmanos se saúdam com respeito, amizade e bons sentimentos. Perto da igreja fica uma pequena mesquita. Por respeito, durante as celebrações cristãs, os fiéis na mesquita cantam e rezam em voz baixa.
A igreja de São Miguel foi reaberta recentemente e durante o período de restauração, os líderes cristãos buscaram dialogar e relacionar com a população muçulmana do bairro, para estabelecer boas relações. A tentativa teve sucesso e hoje o clima de tolerância e harmonia instaurado entre cristãos e muçulmanos de Kranji é um exemplo para toda Bekasi. Através desta experiência, os grupos fundamentalistas não têm encontrado aqui terreno fértil.
Um líder cristão de Belasi disse à Fides: "Isso acontece quando existe o desejo de se aproximar e compreender o outro, de respeitar a liberdade religiosa. Este é o princípio da Pancasila (lei dos "cinco princípios", que fundamenta a Indonésia) traduzido na vida".
Bekasi ganhou destaque por causa da campanha de militantes islâmicos contra as "conversões em massa", organizada pelos cristãos. Nos últimos meses houve vários episódios de cristãos que foram espancados, de encontros comunitários de oração, de obstáculos contra a construção de igrejas e muitas vezes foi necessária a intervenção das autoridades civis e policiais. (PA) (Agência Fides 8/6/2011)