ÁFRICA/LÍBIA - “Tenho o dever de afirmar que os bombardeamentos foram imorais” - diz o Vigário Apostólico de Trípoli

Sexta, 6 Maio 2011

Trípoli (Agência Fides) - “Surpreende-me que tenham sido feitas declarações sobre o fato que eu deveria me ocupar apenas de questões espirituais e que os bombardeamentos foram autorizados pela ONU. Mas isto não significa que a ONU, a OTAN ou a União Europeia tenham a autoridade moral para decidir bombardear” – diz à Agência Fides Dom Giovanni Innocenzo Martinelli, Vigário Apostólico de Trípoli. “É claro que não quero interferir com a atividade política de ninguém, mas tenho o dever de declarar que os bombardeamentos são imorais”- reitera Dom Martinelli.
“Quero destacar - continua o Vigário Apostólico de Trípoli - que bombardear não é um gesto ditado pela consciência civil e moral do ocidente ou da humanidade, em geral. Bombardear é sempre um ato imoral. Respeito as Nações Unidas e a OTAN, mas devo declarar que a guerra é imoral. Se existem violações dos direitos humanos de um lado, não se pode usar o mesmo método para detê-las. Como cristão, devo utilizar métodos pacíficos, e em primeiro lugar, o diálogo”.
“Lembro-me que o Papa João Paulo II estabeleceu relações diplomáticas com a Líbia enquanto ela estava sob embargo. Aquilo demonstrou que o método para resolver os problemas não são as guerras e nem embargos, mas o diálogo diplomático” – conclui Dom Martinelli, que expressa plena adesão ao comunicado da Comissão Episcopal Mista Mediterrâneo-Magreb-Europa, sobre a guerra na Líbia e a questão dos migrantes (veja Fides 5/5/2011).
(L.M.) (Agência Fides 6/5/2011)


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