ÁFRICA/LÍBIA - “Os apelos por uma trégua não foram ouvidos, nem mesmo os do Santo Padre”, afirma o Vigário-apostólico de Trípoli

Terça, 3 Maio 2011

Trípoli (Agência Fides) - “Eu pedi uma trégua, mas ninguém ouviu o apelo. É verdade, não ouvimos bombas, mas os aviões sobrevoaram Trípoli toda noite, impedindo-nos de dormir. Mesmo sem bombardear, os aviões criam pânico entre a população, as crianças não dormem mais. Sabe-se que quando um avião passa sobre sua cabeça à 1h da noite, se tem medo que uma bomba possa explodir de uma hora para outra”, afirma à Agência Fides Dom Giovanni Innocenzo Martinelli, Vigário-apostólico de Trípoli.
“Ontem, fui ao funeral de Saif al-Arab (um dos filhos de Kadaffi, morto no bombardeio de sua casa juto a três familiares) – prossegue o Bispo. Kadaffi não estava, mas lá estavam os maiores representantes do poder líbico, entre os quais alguns de seus filhos. Estava também Abdessalam Jalloud”. Abdessalam Jalloud foi um dos mais estreitos colaboradores de Kadaffi e foi por muito tempo considerado o “número 2 líbico” até pouco tempo atrás, antes de abandonar a política. “Visitei a casa bombardeada e fui acolhido com grande respeito, percebi ainda grande atenção por aquilo que o Santo Padre diz. Sinto muito em constatar, mas tenho a impressão de que os cristãos não são assim atentos às palavras do Papa. O Santo Padre pediu uma trégua, mas não foi ouvido”, disse o Vigário-apostólico de Trípoli, que conclui: “Renovo o meu apelo por uma trégua, para respeitar o luto da família do líder”.
(L.M.) (Agência Fides 3/5/2011)


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