ÁFRICA/EGITO - “Devemos observar com atenção a evolução da situação no Egito” - diz um missionário

Cairo (Agência Fides) - “Agora devemos ser observadores ainda mais atentos ao caso egípcio” – diz à Agência Fides pe. Luciano Verdoscia, missionário comboniano que há anos vive e atua no Cairo, no Egito, comentando a aprovação da reforma constitucional aprovada em um referendo no último dia 19 de março. A reforma constitucional foi aprovada com 77% dos votos. A reforma toca o art. 2 da Carta, que estabelece que a Xariá (a lei islâmica) é a fonte principal da legislação (veja Fides 19/2/2011).
“O sim à reforma é, por um lado, uma expressão da religiosidade dos egípcios” - diz pe. Verdoscia. “Aqueles que votaram ‘não’ queriam uma revisão completa da Constituição, tornando-a ainda mais laica. Acredito que uma parte dos cristãos tenha votado ‘não’, assim como os partidos laicos, como o de El Baradei. Recordo que os Imâmes convidaram a votar ‘sim’. “Por outro lado – prossegue o missionário – convidava-se a votar ‘sim’ para não atrasar as eleições. Este atraso, contudo, daria a oportunidade a vários partidos de organizar-se melhor, porque atualmente, o único comento realmente organizado é o dos Irmãos Muçulmanos. Este, embora tenha-se demonstrado mais democrático do que se imaginava, tem em seu programa a islamização da política egípcia”. (L.M.) (Agência Fides 21/3/2011)