ÁSIA/PAQUISTÃO - As pessoas com deficiências correm risco de cair vítimas do tráfico

Terça, 15 Março 2011

Karachi (Agência Fides) – Viver com uma deficiência em uma cidade como Karachi é já bem difícil; agora soma-se o problema do tráfico destas pessoas, destinadas a mendigar em países limítrofes. Em uma nota recentemente divulgada pela polícia paquistanesa do distrito de Khairpur de Sindh, consta que centenas de pessoas com deficiências são alvo do tráfico; muitas provêm da província meridional de Sindh e são destinadas ao Irã. Nos últimos meses, cerca de 300 pessoas com deficiências foram levadas ao país asiático para pedir esmolas, mas teme-se que sejam muito mais. “O bando de traficantes está se alargando em toda a província” – declarou Salam Dharejo, responsável da ONG pela tutela das crianças que trabalham. O tráfico é um problema crescente nos distritos de Khairpur e Shikarpur. No Irã, os paquistaneses com deficiências – crianças e adultos – mendigam fora de santuários e mesquitas. Alguns são simplesmente sequestrados com o sucessivo pedido de resgate. Segundo o Relatório 2010 sobre o tráfico de seres humanos elaborado pelo departamento de Estado dos Estados Unidos, o Paquistão é definido como um país "Tier 2", ou seja, em que “os governos não são plenamente conformes às normas mínimas do Trafficking Victims Protection Act's, mas que estão realizando esforços significativos para conformar-se às regras”. O Relatório indica ainda que o Paquistão é “um país que é ponte, trânsito e destino de homens, mulheres e crianças submetidos ao tráfico de pessoas especialmente para o trabalho forçado e a prostituição”. Desde crianças, os deficientes são definidos como ‘inúteis’ que dependerão sempre de outros. São duramente prejudicados no campo da educação e muitas vezes, os que provêm de famílias pobres devem pedir esmolas para viver. Segundo estimativas do governo paquistanês, em 2009 havia no país 6.789 portadores de deficiências, mas um estudo da Agência japonesa para o desenvolvimento, JICA, indica que são 2.49% dos 165 milhões de habitantes. 2% das obras governamentais são destinadas a deficientes, que devem estar registrados. Muitas vezes, são autorizadas a assistência médica gratuita e a reabilitação em todos os hospitais federais do governo. Todavia, muitos não são registrados e não possuem renda fixa, e são obrigados a pedir esmolas nas ruas. Estas pessoas têm poucas oportunidades à disposição para ganhar a vida de outra maneira. (AP) (15/3/2011 Agência Fides)


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